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16 dezembro 2022

antigo sanguíneo - alguém aprendeu a caçar

 Eu amo demais mesas de Mundo das Trevas.
Jogar com a Anna Daniela Ruão tá sendo uma bagunça interminável de quebrar códigos de ética internos e muita crise existencial pra coitada.

Nessa última, ela provou o sangue de uma pessoa (não os famosos pacotinhos de sangue que ela conseguia através de seu empregado, Derek, que descanse em paz!) por livre e espontânea vontade. E não foi nada feliz.

Fome saciada, rolagem de dados boa, pessoa acalmada, e o que restou para Anna Daniela?

Essa música explica EXATAMENTE o que sobrou pra ela.


Do you wanna be on what I feel?
Do you wanna be on what I feel?

It looks so easy, it's not that easy, it should be simple but have you ever tried
Stay above water, get in the water, drink it and breathe at the same time
Take your shirt, roll up your sleeve, tap on your vein, prepare to dream

Swimming in and out of space, dyskrasia
Swimming in and out of space, dyskrasia

Do you wanna be on what I feel?
I wanna be on what I feel...
It looks so easy, it's not that easy, it should be simple, but put away your pride
Hit fast forward, the edge is shorter, scream and make sure you keep it quiet
Feed real into your eyes and drain the way that makes you cry

Swimming in and out of space, dyskrasia
Swimming in and out of space, dyskrasia

Do you want to be
Do you want to be

Do you wanna be on what I feel?
Do you wanna be on what I feel?

Do you want to be on? (Do you wanna be on what I feel?)
Do you want to be on? (Do you wanna be on what I feel?)
Do you want to be on? (Do you wanna be on what I feel?)
Do you wanna be on what I feel?

Swimming in and out of space, dyskrasia
Swimming in and out of space, dyskrasia

Do you want to be
Do you want to be
On what I feel?

That you're alone, and you're lost in a forest
And no one's given you the fucking map and where the hell are you
Except that, you can't go back because you would be doing something karmically --
You just have to go forward


Vamos lá, dona Ruão, sua "vida" como predadora começou agora.

18 abril 2022

[Contos vampirescos de 2003] Como tirar uma vampira da fossa por Derek Silva Souza.

Sobrado Histórico de Anna Daniela Ruão, 01 de março de 2003, 04h15 da manhã.

Anna Daniela após conversar com Rudy, sabendo que Astrid está de olho nela, fechar a porta da mansão e escorregar dramaticamente na porta em prantos. Tocando Total eclipse of the Heart de fundo.




Derek vendo a cena enquanto está tirando um picolé vermelho de uma forminha em forma de ursinho.

 - Que qui foi aí Chefia?

Anna levando um susto enorme e se recuperando do breakdown, levantando rapidamente:

 - Derek o que você está fazendo?!
 - Pegando um picolé, uai.

Mostrando a forminha de ursinho, Anna indo para estapear a mão dele para tirar o picolé.

- Ai Chefia, quê isso????
 - Isso não é para você, seu tonto!
 - Qualé? Picolé de morango! 

Derek dá uma lambida e se arrepende amargamente do feito. O picolé não é de frutas e não tem gosto doce algum. Ferroso, viscoso. Nada bom. Ele arregala os olhos e olha para Anna, ela dá de ombros.

 - Uma garota precisa variar a dieta, oras!
 - Porra Chefia, que treco horrível!!

Derek dá outra lambida sem perceber. Anna vai até ele imediatamente e rouba o picolé de sangue das mãos dele.

 - Derek, me dá isso aqui!!
 - Cê colocou do Reino ou Dedo de moça?

Anna toda envergonhada, indo abraçar o Espaguete.

 - Aquela que estava no armário... Era a única que tinha!
- Pô Chefia, aquela é rombuda é malagueta! Coragem sua, hein?
 - Para de ficar fuçando na geladeira por comida que não é sua!
 - Tá, Chefia... Relaxa! Peraê que vou ver se tem pimenta preta e experimentar com ela, ok? Não, pera, você experimentar. Eu não.
 - Bom mesmo.

Derek indo pra cozinha e se vira para a Chefe antes de entrar:

 - Quer que eu deixe tocando a música de sofrência, aí?

Algumas horinhas depois, Derek está no telefone da cozinha, passando manteiga no pão e segurando o gancho no ombro e cabeça.

 - Ah Môzi, sei lá, sabe? Ela tá jururu desde ontem à noite, não sei o que fazer... Sim, já tentei conversar com ela. Esses papo de mulher, né? Não Môzi, não tô dizendo que... Não, não! Ela não gosta de falar dessas coisa... Essas coisa do coração, do coração, sabe? É... Mó ruim isso aí... Ficou lá, chorando as pitanga, tadinha... Sei lá... Môzi o Joberto já tá acordado? Já? Deixa eu falar com meu sabichão? Sim? OH JOBERTO QUERIDÃO, BÃO DIA FILHÃO!! Quê esso rapá, tem dessa de corpo mole não, estudar pra ficar sabido, meu velho, cê sabe? Isso aí, come direitinho, obedece mamãe que logo papai tá chegando em casa e ajeito o DVD do Chiréqui. Urrum... Isso aí, nada de sono, papai tá aqui no trabalho, acordadão pra chegar em casa e cuidar das coisas. Quê? Ahn? Peraê, oh Joberto meu filho, beijo nocê e boa aula, tá ouvindo? Escuta a fessora direito! Nada de malandrear! Escuta ela e brinca com seus amigo na hora do recreio... É, isso isso... Da hora, da hora, filhão! Se cuida. Oi Maricotinha Môzi do meu coração... Digue... Também te amo... Já vou voltar pra casa, só esperando ela terminar de arrumar as coisas pra dormir... Não Môzi, já te falei... A dotôra aqui, ela... * suspiro cansado * Ela tá ruim tá? Assim, ruim da cabeça e do coração também... Alguém tem que cuidar dela, ver a casa... Ela paga bem, dá as coisas pra nóis... Eu sei, eu sei... Também sinto sordade suas... Ficar de conchinha e talz... Mas ela... Ela chegou chorando ontem. Ela nunca chora. A bicha é fortuda e seca, não chora, aí chega chorando, o que vou fazer? Conversar com ela? Sim, Minha Vida, já fiz isso... Dona Anna trata bem a gente, dá as coisas, sabe? A kombi, a escola do Joberto, os médico da Maria Tonha... Sim, sim, vou pegar os remédios quando sair daqui, lá no postinho... Pego sim, sim... Cê quer patinho ou chuleta? Beleeeeeezzz, dá-lhe ensopadinho de Môzi! Hehehehehehehe, te amo também Môzi... Mas cê entende né? Dona Anna precisa de nóis... Manda um mimo pra ela depois, ela gostou dos seus bordado... Sim! Sim! Tá tudo aqui na cozinha e lá no escritório dela... O bordadinho de marcar página de livro? Uuuuuuh ela só sabe falar dele pros colega da biblioteca lá... É Maricotinha a gente ajuda quem precisa, porque as pessoa precisa de ajuda né? E a gente ajuda. Tá bom... Batatas também... Cenoura... Peraê, xô anotar aqui, mulhé!

Cessando os barulhos de passos no andar de cima, Derek olha pro teto da cozinha, enquanto pega caneta e papel.

 - Batata, cenoura, beterraba... Qual nome daquele trem verdinho... CHUCHU!! Isso, chuchu... Vou pegar uns abacate na casa do Seu Manél pra vitamina... Patinho... Que mais? Ovo! Isso, ovo! Açúcar... Os remédio de Tonhinha... Belezzzzz... Môzi, vou desligar cá, Chefia tá descendo pra querer alguma coisa. Tá, te amo também, bejo, tchau. OH DONA ANNA DANIELA?
 - O QUE FOI DEREK?! Caramba me deu um susto!!
 - Cê tá muito assustada hoje, que couve, hein?

Anna desvia da pergunta com um gesto amplo e aponta pro telefone.

 - Era Teodora?
 - Sim, sim. Perguntou se você tava bem. Tá fazendo uns crochê novo, vai querer Chefia?

Anna apenas concorda e senta na mesinha de canto da cozinha. Solta um suspiro (Mesmo não precisando, afinal está morta) e bota a cabeça entre as mãos.

 - Derek, era hoje a consulta de Maria Antônia?
 - Não, não, é amanhã. Hoje é os remédio. Vou buscar lá no postinho daqui a pouco.

Anna vai até sua bolsa de trabalho no quartinho ao lado da cozinha e coloca um envelope na mesinha para Derek.

 - Compra os remédios a mais. Pega no postinho também, não deixa faltar. Dentro tem uma carta de recomendação pro Instituto Neurológico de Alto dos Juncos, lá tem especialista pra ela.
 - Oh Chefia, não precisava fazer isso não. Ela tá sendo cuidada no SUS, mó firmeza!
 - Eu sei, Derek, e o SUS é a melhor coisa que surgiu nesse mundo, acredite. Mas Maria Antônia precisa de acompanhamento, de diagnóstico, de mais cuidados. Vai lá hoje, ou amanhã, o dia da semana que você quiser, só me falar antes que eu me ajeito por aqui.
 - Quero deixar você sozinha não, Chefia. Mó vibe ruim aí que cê veio...

Anna olhando para ele com cara de "OH REALLY?!". Derek levanta as mãos, desistindo do argumento.

 - Okay, okay, sem um pio... Levo ela amanhã, vou deixar um lanchinho extra hoje de noite procê. E pra menina Chacal também... Criança precisa de sustança.
 - Derek...
 - Que couve.
 - Como é que você aguenta?
 - Aguento o quê?
 - Isso tudo... Comigo...
 - Sei lá, Chefia, você me paga bem.
 - Era um picolé de sangue de porco, Derek.
 - Com pimenta malagueta. Trágico.
 - Será que você pode... levar isso à sério...? Por um minutinho só?
 - E eu levo! Você é você e você é isso aí agora. Desde que te conheci lá no Hospital! Cumé que posso não ver que você tá ruim aí?
 - É complicado...
 - E eu imagino que seja. Mó nóia pesada, patroa! Cê não dorme direito, come esses tréco aqui.
 - Eu só quero um minuto de paz.
 - Beleza. Eu garanto.
 - Garante o quê, Derek?
 - Seu 1 minuto de paz. Tá precisando, cê parece uma morta-viva com essa cara aí.

Anna ri com tristeza e se encaminha para as escadas.

 - Fecha as janelas e as cortinas, tá?
 - Beleeeeezzzzzz.
 - Deixa comida pro Espaguete.
 - Beleeeeezzzzzz.
 - Me diz de noite como tá a Maria Antônia e Joberto.
 - Sim, chefia, tudo na ordem.
 - Pede pra Teodora fazer mais daqueles marcadores de página? Pessoal da biblioteca amou.
 - Bom dia Chefia.
 - Bom dia Derek e... obrigada por tudo.

16 dezembro 2020

[perfil de personagem] Anna Danwells Rowan

Escrever para o Mundo das Trevas tem sido uma tarefa árdua nesses tempos.
Dei essa chance para voltar ao mundo dos cainitas, magos, imortais e sobrenaturais.

Entrei em uma mesa de Mago: a Ascensão e estou experimentando fazer update na Anna Danwells Rowan, uma personagem antiga minha, lááááá de 2001, quando eu tinha 16 aninhos, inocente eu que não sabia de nada. Ela fez tanto por mim - na escrita - que o meu e-mail pré-adolescente é em homenagem à ela hahahahahahahaha.

Aqui deixo o link para o Conto Prólogo da história dela antes de ir para a crônica do RPG e debaixo do link tem a ficha de desenvolvimento de personagem que fiz antes e colocar os números e rolar os dados bizarros.
Ato - 11: Tanto a se perder (Rowan) (1105 words) by morgan
Chapters: 1/?
Fandom: Mage: The Ascension, Vampire: The Masquerade
Rating: Mature
Warnings: Graphic Depictions Of Violence, Major Character Death
Characters: Anna Danwells Rowan - Astrid Peth
Additional Tags: order of hermes, Ravnos, Roleplaying Character
Series: Part 11 of Rosenrot - o colégio carmim
Summary: História ocorre no que o Mundo das Trevas (RPG) chama da "Semana dos Pesadelos" entre 28/06 a 04/07 de 1999. Irei explorar o prólogo de personagem de RPG para Mago, a Ascensão, Anna Danwells "Louca de Pedra" Rowan é uma estudiosa de coisas antigas e tem um passado que a atormenta com alucinações sonoras. Antes a estudante e pesquisadora prodígio da Casa Shaea, agora destruída por sua consciência culpada pela morte de alguém que ela amava secretamente, ela tenta recuperar o pouco de autonomia que resta.Disclaimer: Vou ser bem fanservice pra mim mesme e incluí a personagem Astrid Peth de Doctor Who aqui.

(Debaixo do link tem a ficha dessa criatura upgradeada de 19 anos atrás)

24 março 2018

[contos] personal jesus

O Colégio Carmim era um cenário beeeeeem extenso formulado em conversas densas entre eu e meu primo Arkafan entre 2002 e 2004. Tem hints de tudo quanto é canto de cultura vampírica, como Drácula de Bram Stoker (e as adaptações que Hollywood e o mundo pop decidiu fazer desse classicão), Ravenloft, Mundo das Trevas Antigo, mitologias, cenários e personagens feitos em jogos de RPG online via Orkut (#SddsVillandry) e referências! All the referências!

A premissa da história era o estabelecimento de uma sociedade secreta de 4 famílias contra o lendário Vlad, o Empalador, desde o século 14. A Irmandade dos Condenados construiu um colégio interno no meio de Bucareste (Romênia) para preparar potenciais caçadores de vampiros com motivos fortes para se converterem ao único objetivo de eliminar os mortos-vivos. Óbvio que não foi tão fácil assim, e muitos dos integrantes dessa escola não eram totalmente humanos, ou tinham a mesma opinião das autoridades.

E tem trilha sonora! Tem sim! Volto aqui depois para postar o link da playlist no Spotify :)

Personal Jesus (1340 words) by brmorgan
Rating: Mature
Warnings: Graphic Depictions Of Violence
Additional Tags: Alternate Universe - Post-Apocalypse, Vampires, Amenti
Series: Part 1 of Rosenrot - o colégio carmim

Décadas depois do colégio ser destruído por completo, tendo seus integrantes mortos e/ou espalhados pela Europa escondidos, a dissolução da Irmandade foi esmagadora. A noite voltou a ser dos predadores das trevas. Mas nem todos os mortos continuam deitados...

31 dezembro 2013

[conto] breathless

Esse é baseado em um cenário meu e do Oto Guerra sobre alguns apanhados de Drácula de Bram Stoker e História Mundial (E vampiros envolvidos nisso). Com mais calma explico o contexto todo do Colégio Carmim (Ou Rosenrot, yeaaaah Rammstein!). Anyway: eles são caçadores dotados de "superpoderes" (Hunters), a maioria treinado em Rosenrot se especializa em alguma coisinha pra sair debulhando os sanguessugas e é até divertido - se a própria fundação do colégio não fosse amaldiçoada. 

===xxx===

O eterno jogo de gato e rato. Como uma brincadeira infantil encenada nas noites tempestuosas de Bucareste, a emoção da perseguição, o momento entre uma estocada e outra, aquele golpe bem dado, às vezes o sangue espirrando veloz nas paredes dos casarões tombados, a corrida de sempre nas ruas escorregadias de pedras tão sólidas e tão velhas quanto a própria cidade. A rotina do jogo se tornara vício e o vício trazia mais consequências do que imaginava.

O alvo era sempre o mesmo, a caça (que se fingia muito bem de caça, mas estava longe de ser), espreitava nas sombras, esperando o momento decisivo entre o atacar ferozmente e o provocar sofregamente, seu prazer em tudo aquilo era tirar proveito da "caçadora", pois nenhum outro hunter que conhecera tinha tal obstinação quanto aquela jovenzinha de descendência turca, pele escura pelo sol com um aroma persistente de areia do deserto e olhos tão ferozes. Não necessitava de palavras, insultos ou gestos maiores, era apenas se apresentar onde ela estava, caninos salientes, mandíbula pronta para uma mordida destruidora. A caçadora sempre "mordia" a isca, largando tudo que estava fazendo no momento - até cancelar o assassínio de outro vampiro - e correr atrás dela sem pausas.

Estava acostumada a ter atenção exclusiva de seus súditos e de seu gado, mas nunca recebera devoção tão fervorosa em forma de ódio por alguém. Aquela jovenzinha estrangeira ali a surpreendia pela selvageria, pela ausência de medos e pela urgência de alcançá-la e debater-se em uma frenética luta corporal que durava alguns minutos, até a "caça" cansar de brincar com o rato (Ou quando alguém se machucava de forma preocupante).

Não entendia o porquê do clichê estúpido de querer aparecer bem no final da noite, perto do amanhecer, apenas para atiçar o instinto de sobrevivência e vingança da pobre caçadora tão bem instruída em seus ofícios , os dois lados se apaziguavam, seguiam seus rumos e voltavam a se enfrentar na noite seguinte. Era patético.

08 setembro 2013

[conto] nunca duvide do zelador

A madrugada se estendia quando sua vida era cercada de códigos para se desvendar, segredos para se criptografar, mensagens para se codificar e reter mais líquidos para hidratar o corpo curvado e cansado que a maioria de seus "colegas" de profissão.


Ser a programadora júnior do laboratório de banco de dados de uma grande universidade não era algo que ela almejava em sua curta vida. Era um emprego bom, pagava as contas, mantinha sua dieta fraca e nada saudável, conseguia ter mais acesso a lugares mais distantes do que ao fazer sozinha em casa em seu modem mixuruca impregnado de limitações dos Tecnocratas, ali na universidade o poder de alcance era explorado ao máximo, para que assim ela pudesse estar conectada a Realidade Virtual sem ter o incômodo de ter alguém espreitando pelo seu cangote ou ter a Polícia Secreta batendo na porta dando voz de prisão por "crime virtual".

14 novembro 2012

Conto - Intrusão

O breve roçar nos joelhos fez com que a brincadeira iniciasse.

O tempo era curto e precioso demais para se desperdiçar em papo furado (Certo de que o papo furado também servia como pretexto para o jogo, mas esse não era o caso agora.), um joelho no outro, como se fosse apenas uma cutucada para acordar a pessoa do lado. E assim começou a intrusão.

A brincadeira inocente, não trouxe a disputa de quem tinha mais forças de empurrar o joelho de quem, mas forçou a aproximação entre as duas pessoas, como uma conexão imediata, logo ombros e quadris estavam no mesmo alinhamento e grudados um ao outro. Até então, nada era arriscado, nada era tão impossível e definitivamente nada era tão divertido quanto estar ali, sentada ao lado da pessoa que mais admirava em uma briguinha silenciosa iniciada por um breve roçar de joelhos.

Suspirou, não iria ganhar muita coisa demonstrando apenas isso, mas preferiu deixar a brincadeira seguir as regras da outra pessoa, sem se importar se conseguiria mais que o toque breve nas pernas, no quadril ou no ombro. Realmente não importava muito ter qualquer outra demonstração mais ávida de afeto, contando que aquele corpo ali não se afastasse do seu. Aí sim seria angustiante.

Suspirou novamente, a troca de olhares foi inevitável, assim como o risinho nervoso e sem graça. O joelho desafiado agora balançava na sua direção, batendo de vez em quando na sua cartilagem e produzindo um ritmo estável no seu corpo, estavam dançando e nem sabiam que música que tocava.

Os campos de proteção e vigilância para qualquer limite ultrapassado estavam ligados, armadilhas de ferro em volta, nenhum movimento brusco para não dissipar esse pequeno momento de movimento bobo de uma perna para outra, duradouro era o toque quando o joelho se encontrava com a coxa e ali ficava por alguns segundos antes de voltar a fazer o ritmo viciante de ninar. Queria estar com sono, mas não poderia, não daquele jeito.

Outra troca de sorrisos, mais timidez ainda, uma formiga intrometida circulando a mão fria da outra pessoa, sem pensar em consequência alguma, avançou o espaço pessoal dela e tentou enxotar o inseto. Conseguiu, mas percebera a intrusão tarde demais.