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30 outubro 2014

o médico precisa de um médico

Exultante por estar 2 dias direto sem ter ataque de sono repentino em qualquer lugar (Nem no busão indo pro estágio e faculdade), tenho um bem demorado na fila esperando pra ser atendida no HU.

Ótimo. Como se a vida já não estivesse awesome.

(Será que se eu der uma raquete de pingue-pongue pro Walter ele joga com o reflexo dele no espelho?)



Ouço meu nome ser repetido algumas vezes, alguém a me cutucar, levanto eu desajeitada, me arrastando como posso e espero o médico de sobrenome legal voltar de algum lugar.

Ele senta já reclamando de dores lombares.
Ele explica que passou uma noite inteira dolorido na cama e não conseguiu dormir direito.
Ele fala que está pesquisando sobre sono diurno excessivo e fadiga.
Ele emenda que agora quer ver se com a finalização das eleições e a reeileição da presidente irá mudar alguma coisa.
Ele também faz um adendo: a diretoria tirou as horas de insalubridade dele e também comeu as extras com farinha. Privatizar o HU é absurdo, pessoas reclamam de corrupção.

Eu, tremendo, de mau humor do baraleo por ser despertada no susto, com raiva de mim mesma por ter sucumbido novamente aos desejos do estágio vitalício com Morfeu, entrego meus exames e espero pacientemente para que ele possa me dizer: "Tem coisa errada" ou "Tá tudo certinho, fica tranquila".

E ele fala mais de dores e de médicos e de politicagem e de mais coisas.
E eu fico esperando ele dizer algo substancial para que eu possa ir pra frente nesse caminho chato.
(O Inferno é sempre os outros, neaw?)

Já com o fio cristalino da paciência pingando, puxo meus exames pra guardar e pergunto que já que está tudo bem, agora é esperar o neurologista em janeiro. Ele pede os exames de volta e vai marcando "okay" nos itens. Pergunto se é a tireóide, ele fala que não, está limpinha. Não é anemia, muito menos nenhuma infecção ou qualquer coisa. Saudável.

Saio do consultório tremendo, porque achei que tudo ia ficar bem com a resposta positiva, mas não.
Tenho que sentar o meu traseiro em algum lugar quieto pra não ter um tréco.

Bacaninha isso.

Esqueço de pegar atestado, esqueço de fazer o que tinha que fazer, apenas quero ir pra casa, tomar banho e me enfurnar nas cobertas até o dia seguinte chegar, mas hey! Olha só! Tem uma porção de coisas pra se fazer para estragar os planos! Tenho que me sustentar, tenho que dar explicações pra chefe do porquê não ter pego o atestado, tenho que cumprir as horas em débito, tenho que fazer os exercícios de catalogação, tenho que pensar como vou fazer o projeto da escola, tenho que comer, tenho que guardar dinheiro até dia 6, tenho que me concentrar mais naquilo que tá me segurando, tenhoq ue parar de pensar em emails, tenho um tanto de coisa pra fazer: dormir não é mais uma opção.

E era quarta-feira, não me movi do lugar entre às 19h30 às 22h30, estava atenta com um curriculo que nem era meu.

Bacaninha isso.

Hoje de manhã ao acordar lembrei do médico reclamando e a possível ironia de todo esse post é exatamente essa: o médico preciso de um médico. E eu precisando de respostas ao invés de mais uma rodada de perguntas.

Yay, vida legal.
Cadê, cadê mais?


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