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16 novembro 2013

incursões na vida espiritual e as coincidências da vida

Insegurança sempre foi meu carro-chefe na Escola de Samba do Eu, Eu Mesmo e Eu Sozinho. Enquanto algumas pessoas conseguem sufocar essa pequena semente em suas vidas, eu deixo ela brotar no meu baço pra se alimentar de alguns temores que tenho. Ter segurança do que faço se tornou raro em certas esferas de minha vida - tipo emocional é elevada a 1 e dividida por 0 se deixar - mas sempre quando tenho oportunidade de acertar o passo no pagodinho da Evolução, faço do jeito que é possível.

Algumas tentativas amadoras acabam esfriando a intensidade quando se não tem métodos ou não possuímos a linda dádiva da intuição (A minha foi pro limbo cósmico em algum momento entre minha infância e adolescência, porque é epic fail mesmo), e às vezes os deuses dã uma cutucada no nosso subconsciente e aponta alguns caminhos muito, mas muuuuuuuito estranhos, mas que não te surpreendem mais.

Isso aconteceu na quinta-feira, indo para a Federal (Antro vil e maléfico de Cthulhu, lugar onde a Mortalha é que nem vidro blindado de caro forte, onde tudo que possivelmente pode ser, acaba se tornando teoria por razões muito simples: Academia é lugar de ideias, não de prática. Lá é um Universo Paralelo, get over it!) e uma roda de capoeira instalada no CCE (Prédio da Letras) com muita gente em volta, uma banda belíssima com atabaque, berimbaus, pandeiros e tudo mais, os ágeis capoeiristas que davam um show nos movimentos (Mesmo em espaço tão pequeno) e a fascinação das pessoas que os assistiam, intimidadas por uma câmera da UFSC que filmava a performance, mas inquietas com todo o Glamour que aquilo produzia.



Eu vinha distraída, porque ficar na conchinha portátil é bem melhor que observar o mundo lá fora, mas só o vibrar dos atabaques me fez tirar os fones de ouvido e correr literalmente para onde acontecia a roda quase como uma mariposa que persegue a luz. Não consigo explicar em palavras ainda o que o som de atabaques fazem com a minha mente non-stop, acho que a percussão é um elemento vital para muitas coisas (Inclusive as músicas que mais gosto tem um ritmo de percussão e baixo diferentes que me dão aquela sensação de "Fuuuuuck yeaaaaaaah Rock 'n roll!", mas o vibrar do tambor que me chama) - e como frequentei um bom tempo um terreiro Umbandista, vi o quanto faz diferença os pontos cantados com os atabaques bem alinhados - além de te dar a ginga né? Aquele movimento de pélvis que vai subindo sem muita explicação motora e logo você vê que estás balançando as cadeiras no ritmo do batuque.

É inevitável, e aconteceu na quinta ao ver a roda de capoeira bailar na minha frente. Com a mente mais calma, zen, ou desligada ou fora de área, fui pro meu estágio com uma roupagem mais pacífica, cantarolando um ponto de Iemanjá que amo muito e subi as escadas sem nem perceber como cheguei no laboratório.

E a vida foi boa na quinta quando acesso o Facebook e recebo uma mensagem intrigante do Roe Mesquita - ilustrador muito talentoso, que conheci em 2011 quando fui ao FIQ com sua quieta e observadora (E mais tarde fui saber: troller) esposa Lucy, já postei uma ilustração dele aqui que me tocou profundamente pelo assunto de indigentes - sobre se eu queria saber de uma coisa bem legal. Fiquei estupefata porque as poucas conversas que tive com ele eram sobre as experiências que ele teve na vida de ilustrador com o RPG brasileiro (BTW: Hi-Brazil do Marcelo Del Debbio foi o Roe que ilustrou, lembro de devorar qualquer notícia sobre isso na Dragão Brasil e amar o cenário de Trevas) e algumas coisinhas assim que iam encaixando.

O encaixar se figurou em uma demonstração de bondade enorme dele em me mostrar o A.A. uma Ordem de Estudos Iniciáticos que o Marcelo Del Debbio estruturou para as pessoas que gostam de questionar o sobrenatural e de estudar ocultismo - o próprio MDD é conhecido pelo seu Blog Teoria da Conspiração e seus textos sobre estudos sobre ocultismo de TODOS os tipos (srly, tem de tudo lá!). Don't get me wrong, tenho horror a hierarquias e Ordens por algum medo ancestral de me sentir presa a uma doutrina maluca e sem fundamento científico como muitas religiões acabam fazendo. Ou talvez eu tenha sido pulverizada na fogueira em alguma vida passada por uma dessas Ordens e não gostar nem um pouco de contato com eles, maaaaas me senti segura (grifo meu) a experimentar o que o A.A. havia a proporcionar.

O que me chamou atenção na conversa com o Roe foi a facilidade que ele trazia o assunto que para mim é de default algo que evito em me intrometer (Hello? Pulverizada por Ordens? Não, obrigada?), alguma coisa tava ocorrendo ali e eu não tava pegando direito. Li o artigo sobre o A.A., achei estranhinho e um bocado nonsense sobre escrever "monografias" para se alcançar uma condição de iluminação e esclarecimento de ideias até que a palavra "Obituário" apareceu. Sim, o A.A. instiga aos interessados a escrever um obituário sobre você mesmo, tudo que você almejou na vida até então e o que deixou para o mundo.

Mindblown.

Sim, porque até agora I'm still haven't found what I'm looking for e às vezes consigo ver os deslumbres de um futuro promissor naquilo que amo - livros, escrita, informação, compartilhamento, conhecimento científico, etc - agora escrever sobre você mesmo como se fosse outra pessoa para uma auto reflexão? Jamais tive essa vontade por não considerar válida, até que alguém me expôs que havia fundamento científico no que isso poderia me proporcionar. Fez sentido, sério. First thing EVAH!

Fui lá, fiz a inscrição, continuei a conversar com o Roe sobre o que os projetos do MDD - e já acompanhava o Conversa entre Adeptus por recomendação dele, legal em saber algumas técnicas boas de contenção de ansiedade excessiva e insegurança por ele sofrer do mesmo mal - e fui ouvir os Podcasts sobre o assunto, resultado: até às 2 da manhã ouvindo e lendo tudo que poderia achar sobre o A.A.

Gostei do que ouvi e relativizei com o que vivencio - a minha educação autoimposta na Filosofia Grega é uma delas - e simpatizei com as ideias. Ter segurança do que você faz é algo fenomenal e o A.A. parece estar me mostrando a maçaneta que eu precisava para abrir a porta de estudos que não me sentia tão preparada desde que comecei a pesquisar sobre ocultismo - bem vanilla, procurei sobre paganismo celta e a crença de orixás na Umbanda, nada muito longe disso.

Convido a todos que se interessarem no projeto do Del Debbio a darem uma ouvida no Podcast do Conversa entre Adeptus e tirarem suas conclusões se é necessário para suas vidas ou não - na minha está sendo uma possibilidade bem tangível de crescimento intelectual.


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