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08 maio 2017

essa tal liberdade

Porque não há nada melhor que aliviar a tensão de um assunto sério com uma música de pagode trash dos anos 90...

A Malévola awesome do Um sofá para Cinco havia escrito um texto muito bacana há um tempo atrás e por incrível que pareça o tópico voltou a rotina aqui das caraminholas ao me deparar com algumas conversas que ando tendo com pessoas queridas próximas.

Para fins de conhecimento, esse texto foi escrito para eu revisar meu discurso, pois é dessa forma - através da escrita - que consigo me encontrar como pessoa, como ser pensante.

Então o que eu escrever aqui são impressões que tive por experiência própria e que não necessariamente contam como a realidade de todo mundo que sofreu/sofre dependência emocional por outrem ou alguma coisa.

Um traço forte na personalidade de pessoas que já tiveram um trauma em relacionamentos de qualquer tipo é a tal da dependência emocional que nos impulsiona ou repulsiona (Essa palavra não existe btw) a nutrir ou evitar tal bichinho roedor de autoconfiança, identidade e amor próprio.

E é triste ver como uma pessoa tão centrada, pé no chão e aparentemente em sã consciência pode fazer ou causar enquanto está nesse ciclo vicioso de dependência emocional por outra pessoa ou situação que possa estar sofrendo.

Descobertas!!

Gente, eu descobri pra que servem engenheiros da produção!!
Alimentar a confusão no meu Plutão em Escorpião!!
Rimou!

(de resto não faço a mínima ideia do que eles fazem da vida.)

conselhos valiosos

Recebi os seguintes conselhos nessas 2 últimas semanas. Valiosos, só para constar:

1 - seja mais filha da puta.
2 - tem coisa que só você vai conseguir se levantar sozinha.
3 - você precisa pedir ajuda quando precisa pedir ajuda.

São meia noite e dezesseis de uma segundona, após domingo esquisito e surreal. Triste por assim dizer, foi um vazio oco bem no meio do estômago com uma ligeira sensação de dor no baço. E com esses 3 conselhos ecoando nas caraminholas, bora filosofar.

03 maio 2017

[conto] conto agridoce

Título: conto agridoce (por BRMorgan)
Cenário:  Original/Cotidiano, Nova Orleans.
Classificação: PG-13.
Tamanho: 708 palavras.
Status: Completa.
Personagens: Joanne Ulhoa.
Resumo: Jojo e suas reminiscências sobre a vida cotidiana sem a pessoa especial.
Disclaimer: Mais sobre Forgiven Jojo Ulhoa tá aqui nesses links [x] [x] [x] [x] - A inspiração pro conto veio com a minha música favorita do Pato Fu, aquela música que não devo me atrever mais a tocar em violão algum D:


Acordou cedo, de uma noite sem sal. 
Pouco atendimento no seu plantão, o que significava que teria que subir para cuidar dos vivos. 
Tédio mortal, com a ironia de mãos dadas. 

Na salinha de máquinas de café, automaticamente esperou o seu ferver os dígitos já comidos por produtos químicos e intensa higiene pessoal. Engoliu sem açúcar mesmo, encarar a velha enfermeira da noite, ouvir o sermão do chefe de plantão, escapar os ouvidos das fofocas dos residentes do ano. 

Enquanto eles achavam que a vida universitária era o milagre mais incrível do mundo, Joannes Ulhoa se escolhia em seu lugar. A vozinha dentro de sua mente, travestida de intuição, sabedoria ou bom senso pediu pelo amor de todos os santos em que ela se recusava a rezar antes de dormir com o rosário deixado pra trás pela mãe falecida que não tocassem no nome de certa pessoa. 

Não era necessário citar aquele nome, até porque qual é a razão de lembrar que tal pessoa existia se ela evitava de mostrar que estava ali.

 - E a Claire está saindo com um bonitão da pós, você soube? Um partidão! - risinhos, eufemismos sobre o sortudo com muitos adjetivos no aumentativo, um olhar curioso para aquela ali, encostada na parede, bebericando café amargo, sentindo o gosto azedo de uma vida quase doce e amarga no final. 

Algum outro comentário sobre como o casal parecia feliz e foram em uma festa chique. Mais risinhos, uma chamada de atenção.
 - Você não sabia doutora? Ela não era sua melhor amiga? 

Melhor amiga. Amiga. Melhor. Claire de la Fontaine era qualquer coisa agora do que melhor. 
Ou amiga. 
Ou os dois juntos. 

Nem quando se entendiam ocasionalmente poderia reconhecer Claire como melhor amiga sua. Melhores amigos são confidentes, confiam um no outro, estão presentes na vida do outro, escutam, aconselham, são... Bem... Amigos. 

Não respondeu a pergunta, saiu sem alarde, sabia que já estava tarde, mesmo não tendo pressa nada a esperar. 
Melhor amiga
Alguém que passara cerca de 3 anos da especialização grudada a você apenas para coletar dados sobre a própria pesquisa e depois publicar sobre isso sem sentir uma pontinha de remorso seria o exemplo de melhor amiga? 
Afinal de contas, de todas as noites juntas, os plantões, as discussões, as confissões, os surtos, as lágrimas, valiam como amizade? 

 E se alguém perguntasse, diria que foi embora e que o mundo poderia se acabar (mas já havia acabado cerca de 4 meses, 12 dias e dois plantões de 12 por 36.), pois tudo mais que existia só a fazia lembrar que o triste estava em todo lugar. 

Será que era algum truque novo que seu cérebro doutorado em autosabotagem planejava arduamente nos últimos meses sem a única pessoa com quem dividiu mais que metade de seu tempo ali? (Aliás, cérebro esse que tanto gostava de se torturar, por que às vezes se fazia de ruim? Tentando a convencer que não merecia viver, que não prestava?)

Lavou a mão duas vezes, três vezes, mais outra vez para garantir. 
O café ainda amargo no fundo da garganta dolorida, saiu sem despedida, ninguém notou, saindo da vida tão espetacular das pessoas ao seu redor. 
Prontuários de vivos. 
Tédio mortal. 
Café amargo, por que não conservara uma amizade saudável com Claire? 
 (Pois tudo mais que existe só faz lembrar que o triste está em todo lugar) 

Não tinha pressa, nada a esperar. 
Ao sair dali iria seguir o mesmo caminho agridoce, a mesma quantidade de pães, um outro café para tirar o gosto do antigo. Nenhuma novidade no caminho da rotina profissional e a ruína emocional. 

Choraria somente quando trancasse a porta com os dois trincos, duas viradas e checar o batente estava protegendo a corrente de ar frio do corredor. 

Caminharia pelas ruas da cidadezinha, observaria o por do sol descendo no mesmo velho mar. 
Gole amargo de café doce, comprimido azul da tarja preta, comprimido amarelo do tarja vermelha, um a mais para assegurar que o efeito de um a fizesse botar tudo pra fora. Checar as embalagens dos comprimidos, uma, duas, três vezes, até se acostumar com a ideia de que os remédios a mantenham viva e lúcida.

Nenhuma novidade. 
As ruas da cidade. 
O mesmo belo e velho mar.

[contos] menina das estantes

Título: menina da estante (por BRMorgan)
Cenário:  Original/Cotidiano.
Classificação: PG-13.
Tamanho: 352 palavras.
Status: Completa.

Percebo tímida no trato
Curiosa no olhar
Observa cada milímetro de poeira
Pregada na lombada do livro mais velho
No cheirinho novo do papel não usado
Livros são seu carinho diário
Provavelmente seu conforto

Material de estudos nas mãos
Lápis meio comido na ponta
Borracha riscada de tentativas
No fundo do estojo giz de cera
Lápis de cores incertas
Tem mais roxo que verde ou
Vermelho e um preto que confunde com lápis de verdade
Apaga apaga apaga com vontade
Outro problema do livro bendito
Cartilha de bons modos, impresso especialmente
Pra não dar voz aos seus

Apaga apaga apaga
Borra de borracha espalhando na mesa cheia de coisinhas
Tantos livros como aquele
Um caderno estufado de tanta escrivinhança
O apagar da borracha faz com que o papel engrosse
Página testemunha de um erro ínfimo do problema do bendito livro
Ou confundiu o lápis de cor com lápis de novo

Entre as estantes, caminha, observando atenta
Quem vem e quem vai
Livro qualquer na mão mesmo que não tenha idade pra tanta letra
Entre uma prateleira e outra descobre
Uma pequena miragem do que é ser gente grande 
Apaga apaga apaga no caderno estufado
Nervosismo
O problema não é tão fácil assim

Vem ao balcão, tímida no trato, curiosa no olhar
Pede atenção, uma ajudinha,
Não liga pra minha letra não
Não olha meus desenho não
Não percebe nas páginas fofas de tanto esfrega borracha não
Nunca acerto de primeira
Nunca resolvo de primeira
Nunca consigo saber o que é coisa com coisa
O que você faz tanto lendo número nos livros?
Posso ajudar?

E o exercício esquecido com meia página já rabiscada de cálculos que são tão esquecidos quando se cresce
Na biblioteca ela vem todo dia estudar
Pra estudar a gente e mais gente
Observar cada milímetro de poeira, de grafite, de clipe solto, de bilhetinhos de lembretes, de canetas sem tampa, aqui ela fica
Percebo tímida no trato
Curiosa no olhar
Observa cada milímetro de poeira
Pregada na lombada do livro mais velho
No cheirinho novo do papel não usado
Livros são seu carinho diário
Provavelmente seu único conforto

28 abril 2017

[conto] a garota da gravidade

Título: a garota da gravidade (por BRMorgan)
Cenário: Original/Cotidiano, Nova Orleans.
Classificação: 16 anos (distorção de convenções morais, confusão mental, uso de drogas lícitas).
Tamanho: 1.301 palavras.
Status: Completo.
Personagens: Joanne Ulhoa, Melinda Bretzer, Molly Bretzer
Resumo: Quando se troca os medicamentos, há sempre as consequências. Jojo sofre de um tipo de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e tenta conviver com isso da forma mais sadia possível.
Disclaimer: Mais sobre Forgiven Jojo Ulhoa tá aqui nesses links [x] [x] [x] [x] - A inspiração pro conto veio com a minha música favorita do Scalene (abaixo, com letras!) e foi um desafio que me dei ao escrever o esqueleto do enredo antes da música acabar :)


Jojo era bem controlada na maior parte do tempo.
Tempo
Tempo
Tem-
Quando tinha tempo, passava mais tempo pesquisando os efeitos colaterais daquele histamínico que todo mundo tava falando bem. Experimentou um deles com os remédios atuais.

Só pulou o tarja preta.
Não era bom arriscar com a tarja preta.
Tarja preta
Tarja vermelha
Tarja preta
Vermelha
Pre-

Começou o dia assim.
Desligou a luz do banheiro, foi para a sala.
Pílula das 6h com o intervalo da pílula de 6h25.
Os passarinhos lá fora estavam bem animados para aquele dia tão normal.
Sem problemas
Sem ataques de pânico
Sem achar que alguém iria aparecer do nada a acusando de cada detalhe esquecido por ela enquanto estavam juntas
Sem cismar com a limpeza excessiva
Sem rasgar a própria pele por esfregar demais ao se lavar
Sem problemas

Desligou a luz da sala, ligou a do banheiro.
Abriu o armarinho do banheiro e cuidadosamente escovou os dentes carinhosamente com sua escova de dentes especial, cerdas macias e creme dental eficaz.
Tudo seria sem problemas hoje.
Seu reflexo no espelho mostrou um cenho neutro, como sempre, sem o sorriso excessivo de sempre, sem os músculos doendo no pescoço
Sem problemas
Como sempre
Sempre
S-sem-

Desligou a luz do banheiro, ligou a da sala.
Tomou o de 06h45 e anotou religiosamente em sua tabelinha perto do armário de remédios na cozinha.
Menos um dia do tarja preta, mais um dia do tarja vermelha.
Organizar por ordem de hora e de cor.
Tarja preta
Tarja preta
Tarja Ver-
Vermelha
Tarja vermelha!

Desligou a luz da sala, ligou a do banheiro.
Lavou as mãos novamente.
Com menos força, mais concentração
Os cantos das unhas, passar álcool naquele arranhão de ontem, não esfregar tanto pra não arranhar mais, se machucar mais, não, não, não pode mais aparecer assim no hospital. O que diriam? Que estava precisando de férias? Que não estava bem? Que os remédios não funcionavam de novo? O que diriam? O que diriam?

Os passarinhos lá fora, nesse astral em que viviam bem, ainda felizes com um dia desses, um belo dia, um ótimo dia, seria um ótimo dia, tinha que ser um bom dia 
Um bom Dia
Um bom Dia
Um bom Di-

Óbvio que o efeito não foi o esperado, sentiu o corpo mais letárgico que o normal, a gravidade a chamando devagar, desligando a chave que mantinha sua lucidez, uma felicidade esquisita se alojar em suas entranhas, uma nova sensação que os outros remédios não davam.

Era natural ficar assim tão feliz?
As pessoas normais eram assim?
O tempo todo?
Não sabia
Não sabia
Não sabia
Não sab-

 - Não tô bem... - disse para si mesma, mas quem respondeu foi seu colega de trabalho perguntando sobre o próximo paciente.

Uma típica segunda pós-feriado, homem jovem, branco, classe média alta, lacerações nas mãos, torso estourado, pescoço quebrado em ângulo errado, estilhaços salpicando um rosto sem mais estrutura óssea que lembrava um ser humano, cheiro forte de bebida, asfalto e decomposição. Pra um dia desses, seria um dia bom, um dia bom, tinha que ser um dia ótimo.

Viraram pra ela no plantão das 4h
 - Oh doutora, eu não tô bem... Faz um favor me deixa zen.

Não era psiquiatra, muito menos clínica.
Assistente de médico legista.
O bendito nem ficava na cidade e só passava uma vez por mês pra assinar óbito.
O resto? Era ela.
Ela e a equipe.
E o zelador.
Senhor bacana.
Bem bacana.
Limpava bem os cantos e a maca e a pia de metal e sabia mexer na estufa, a estufa, não deixa a estufa parada muito tempo 
Tempo
Tempo
Temp-

O paciente já era outro, não deu tempo de responder o que pediu medicação.
Alguém deve ter tirado ele dali, só pode, quantas horas?
Qual hora?
 - Pronde foi o cara do acidente?
 - Você liberou hoje cedo, Ulhoa...
 - Mas... Eu nem vi o tempo passar!
 - Hey, Jojo! Como vai?
 - Eu? Pois eu vou bem! - pra onde foi seu tempo? Pra onde foi o cara acidentado? Quem era que estava pedindo remédio pra ficar zen? Havia alguém pedindo remédio mesmo?

Tarja preta das 06h
Tarja vermelha das 06h25
O remédio novo (tarja preta) às 06h40
O sem tarja das 06h45
Ou era o novo a essa hora e o sem tarja...

Desligou a luz da área de trabalho com os "pacientes", maca grande, ocupante de tamanho pequeno, que seja desmembramento, não violência infantil, que seja acerto de contas dos traficantes, não atentado ao pudor contra menor, que seja...

Desligou a luz do corredor, ligou a do banheiro.
Repetiu as doses do começo da noite para garantir, sem problemas, sem problemas, nada iria atrapalhar aquele dia, esse dia, não esse dia.

Ligaram a luz do cubículo.
 - Jojo, levanta. O intervalo acabou faz 15 minutos atrás, você pediu pra eu te avisar quando a paciente das 4h chegasse?
 - Que paciente...? - a gravidade novamente a desligou do mundo ao redor.

Segunda vez só aquela semana. (Semana?! Quanto tempo estava tomando o novo remédio? Era ainda o novo?)
 - Por favor minha querida não inventa de se medicar, a paz que procura não é química. - disse alguém um tempo atrás ou foi semana passada?
Quanto tempo perdera naquele consultório novo mesmo?
Por que foi lá mesmo?
Será que foi o tal do tarja preta que a deixou tão calma assim?
Tão feliz?
Tão...

 - Eu não sei... Não tou bem... - respondeu a uma pergunta qualquer. Quem segurava sua mão grudenta de doce derretido pelo calor insuportável na cidadezinha era uma criança.
Menos de 6 anos, olhos vivazes, joelhos ralados, pé direito que não parava de se mexer pra cima
Pra baixo
Pra cima
Pra baixo
Rápido
Rápido
 - Rápido! Toca no verde! Sorte hoje ou amanhã?
 - Oi? - a calmaria de sempre (Sempre? Não era semana passada? Pronde foi seu tempo?!)
 - Vamos Molly... Deixa a doutora lavar as mãos e aí vamos para casa.
 - Oi?
 - Vamos pra casa, não? Hoje é dia do filme?
 - Eu não sei...
 - Jojo, você tá bem?
 - É natural se sentir assim?
 - Assim como?
 - Tão feliz...? Consigo ver beleza em nós... - a pessoa a beijou na testa, a menina abraçou sua perna, fazendo um barulho de balão furado com a boca.
Sem problemas
Sem neuras
Sem ataques de pânico
Sem medo de ir ao café para pegar algo pra comer e ver alguém conhecido
Sem medos

Desligou a luz da sala, foi até o sofá e se aninhou entre duas pessoas que a lembravam que logo a lucidez a desligaria mais uma vez, a gravidade que a puxava na órbita dessa família incomum era a chave para se encontrar novamente
Novamente
Novamente
Nova
Mente
Ment-

Abriu os olhos na manhã seguinte.
Sem luzes para apagar ou acender.
Apenas.
Sua respiração, seu batimento cardíaco, o ronco da barriga, o ressonar da criança tão agitada no filme agora dormindo o sono dos anjos (seja lá o que o padre quis dizer com isso).
Respirar devagar
Não acordar o anjo fragilizado
Por uma bronquite asmática 
Dente trincado
Maxilar em formação
Bruxismo
Trincado
Trincando
Mordida errada
Ressonar baixo
E trincado
Baixo
Silvo
Um ronco

O remédio das 06h
O tarja preta das 06h25...?
 - Antes que você acorde a criaturinha, são 9h10. Você dormiu como pedra. - a voz que a acalmava avisou ao pé do ouvido.
Dividindo a mesma cama
O mesmo lençol
O mesmo cobertor
O mesmo ar
O mesmo espaço entre o tarja preta e o vermelha, o antiácido, o histamínico, rotina
 - É natural ficar assim?
 - Assim como? - respirou
 - Tão feliz?
 - Eu não sei...

Será que foi o tal do tarja preta que a deixou tão bem assim?!

26 abril 2017

Interlúdio - horas de dormência

Nas horas da dormência Entre uma injeção de cafeína e outra Direto na veia Navegando entre as veias subindo Contra a maré subindo Para onde é o centro de todo mal Martelando no fundo Um eco eco eco eco em larga escala Martelando algo do passado Que não tão passado assim Acontecendo agora em plenos Em frente ao Bem diante de Acontecendo agora mesmo Martelando mais alto que os Sons da cidade Das máquinas barulhentas Dá música alta entupindo ouvidos Boca Ouvidos Nariz e garganta Entorpecendo aos poucos a sensação Sem ação O eco vai diminuindo a cada passo Nem parece que estava em crise alguns minutos atrás Nem parece que estava para perder qualquer resquício de humanidade Racionalidade Civilidade Moralidade Onde foi que perdeu as Forças Correias Correntes Na jaula continua a sombra Ou a sombra escapou e deixou o Corpo escapar por um momento breve pra sentir o gosto Que nunca vai poder ter Perder as estribeiras Afrouxar as correias Quebrar as correntes Perder um pouco de si No próximo Próximo da fila, por favor! No próximo escapar da jaula Quem vai ficar vigiando as grades? Quem vai ficar de olho na fechadura? Quem vai olhar olho no olho e dizer com todo desgosto É hoje que é o próximo? O próximo gosto? O próximo gasto? O próximo olho Por pouco É só um pouco pra perder mais outra Outra jaula Outra corrente Outra correia Outra estribeira Outro eco Outro prego impiedoso achatado por Outro martelo Outro passado pra escapar Outra injeção de cafeína por favor? Subindo contra a maré Devagar com a dormência

(até a crise cessar e sobrar euforia)

aprendimento no agradecimento

Uma coisa que aprendi de uns anos pra cá foi de agradecer as pessoas que me deram oportunidade de crescer como ser humano, como profissional, como estudante e tal.

Os altos e baixos que já havia escrito em alguma postagem anterior mostrou isso, ontem eu tava em péssimo estado, hoje trmho mais lucidez graças a algumas pessoinhas que brotaram ontem e foram ao meu encontro.

Uma delas faz aniversário hoje e com o pouco tempo de convívio já me mostrou que muita coisa da vida se conquista com insistência e sensibilidade com o próximo. Ela é um dos exemplos mais admiráveis de vivência na carreira onde tou me enfiando e isso significa muito pra mim.

Agradecer faz bem, sabe?
Ter essa gratidão por quem te apoia, tem um carinho especial e te deixa feliz por saber que essa pessoa existe no mundo.

É meio isso.

Escrevi pra não perder esse fio da meada dentro do ônibus e não conseguir resgatar o feeling do dia de hoje.