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08 agosto 2016

bola de canhão



Stones taught me to fly
Love taught me to lie
Life taught me to die
So it's not hard to fall
When you float like a cannonball
(Lisa Hannigan cantando Cannonball do Damien Rice)

Crescer é uma coisa bizarra que acontece com cada criatura desse universo, não tem como escapar mesmo com síndrome de Peter Pan que seja. O trem das células e elasticidade dos tecidos? Bem isso.
Sobreviver ao processo é legal se encontrar uma lógica nesse negócio todo, alguém tão centrada na powha do funcionamento total das engrenagens como eu fico feliz de ter essas pequenas demonstrações do Universo de "Hey amontoado de átomos insignificante que acha que tem crânio propenso para abrigar um órgão primitivo com capacidades únicas de raciocínio, você é um amontoado não tão idiota assim!".

A descrição da fala do Universo é linda, porque dentro da minha cabeça soa como o Morgan Freeman, logo precisa ser mais longa.

Perder meu tempo na adolescência trancadx no meu quarto, escrevendo incessantemente sobre personagens que encaravam a Dona Muerte como algo trivial anda me ajudando em muitas coisas que estão seguindo um rumo inesperado.

25 setembro 2015

as skills dos vinte e nove

"Altas skillz, yo tengo!"

A dos 26 foi de beber tequila sem ter um piripaque. A dos 27 foi sobreviver a idade maldita do Rock, dos 28 foi parar com a moto na BR, agora essa dos 29 tou desconfiando que seja começar a ter aquela delícia de amnésia seletiva que nos acomete após alguns anos de afastamento voluntário.

Talvez esse don't give a feck about seja resgatado em uma viagem de busão de meu talan para a casa de minha mãe (menos de 40km). O caminho traz boas e más lembranças, mas não tão fortes quanto antes, já que os fragmentos estão se perdendo. Passar por lugares que foram emblemáticos e ficar pescando lá dentro do sótão de paredes elásticas o que raios aconteceu em tal dia está ficando cada vez mais difícil.

Se devo agradecer a idade ou a codeína, acho que vou pelos opióodes. Algum efeito colateral permanente deve ter causado depois da semana absurda de pesadelos e alucinações.

Fazer aquele exercício legal de colocar o que é intermediário para descarte ou permanente é importante para podermos nos mover, algo como aquela catarse necessária para se livrar da hýbris que carrega a muito tempo. Sinceramente tou cansada da minha ficar me mordiscando no traseiro e me mostrando o quanto sou falha (Yep, admito, registra em cartório aew...). Ao invés de entrar em estado de posição fetal pelo passado (que me condena pra cacete por assim dizer), estou processando melhor as burrices que fiz e deixei de fazer - porque tudo é uma questão de ponto de vista - a paranóia de cometer as besteiras voltam de vez em quando, mas são controláveis. 

A vida tem outras esfinges grandes pra se decifrar, elementar Édipo.

I mean, se a autoestima se encontra mais que enterrada com um caixão cheio de pregos, pode apostar que haverá uma sequelas boas pra aprender a lição de vez. Mas se estiver até felizinha, dá até para dizer a powha da sua consciência pesada que desta vez dá pra encarar a realidade sem surtar (por enquanto). 

Lembro desse episódio ao sair do busão no terminal central certa vez e ser obrigada a entrar no próximo, pois a crise de pânico (temporária, graças a Eru) me comandou a voltar imediatamente pra casa. O motivo? Até hoje tou em dúvida entre 2 coisas: encontrar quem não queria no meio do caminho, o de deixar a casa sozinha. 

Isso foi bem depois do assalto, mas muita coisa ficou no subconsciente buzinando, uma delas foi de que a minha capacidade de lidar com situações assim (de crise de pânico instantânea) é nula perto da minha imensa paciência cultivada com os anos.

Na verdade, acho que a impaciência decidiu dar oizinho do modo mais hardcore possível quando isso aconteceu, então se trancar os feelings faz mal pra saúde, quiançada, vocês só irão saber o quanto isso é ferrado de se lidar  quando estiverem no meio de um tanto de gente, se sentindo um vermezinho bem pequenininho e sua mente gostaria de repetir aquela sinapse do bode gritante:

Sim, 10 horas disso no looping é bastante divertido...

Lembrar disso dentro do ônibus não me fez quer repetir a experiência jamais, e os pulmões tomados por uma pressão absurda e o coração descer pra barriga e dar aquele alarme estranho de que a sua intuição - por mais falha que seja - está te obrigando a ceder ao medo, ao inevitável, aos instintos básicos de sobrevivência de fugir seja lá do que ou de quem. 

É interessante rever isso de um ângulo diferente, pois a última crise de pânico fudida que tive foi aliviada com um simples: "Pra quê isso agora? Vai mesmo se importar com o que dizem ou que deixam de dizer?" - detalhe que pra arrancar essa premissa acima foi necessário mutio autocontrole, é vivendo perigosamente com autoajuda, gente... Não tem como escapar do trabalho solo quando o bicho pega, é o bloco do eu e o tu sozinho.

A gente aprende com esses pequenos modos do corpo demonstrar que quando se vive 24/7 na ansiedade, alguma hora a coisa vai vazar. Então quando fico particularmente agitada e sem noção, recolho meus trapos, a minha insignificância e vou pro cantinho do castigo. As coisas tem sido melhores com a presença do Walter em casa, dá pra sentar com o senhorio e perguntar qual é a opinião dele sobre o assunto, sábio como ele é, um simples headbutt me mostra que o mundo aqui dentro pode desmoronar todos os dias aos poucos, mas tem um toquim de felino te lembrando que há esperança pra coisa toda ficar mais coloridinha, mais suportável, menos agitada.

Talvez se eu for uma boa menina consigo até um pouco de paz. 

Ou talvez não.

Postado via Blogaway

11 julho 2013

a questão da felicidade instantânea transparecendo

Depois que você vai ficando velha é que percebe nas diferenças mínimas entre um conceito e outro. Felicidade por exemplo é algo muito difícil de se distinguir devido a diversos fatores. Você pode estar feliz por motivos nobres ou não, ter feito algo de bom pra Humanidade e se sentir grato, ou feito maldade e tido sua pequena revanche contra o Destino, pode muito bem só ter acordado de bom humor e pretende se manter assim pelo resto da semana até encontrar algum motivo sério para se preocupar com alguma coisa, ou simplesmente se afundar mesmo na preocupação e na ansiedade para poder "apreciar" o momento trágico mesmo.

O grande problema é quando você é educado para seguir os grandes heróis da Grécia Antiga, esse sentimento de "felicidade" por gratuidade é mais controverso ainda, porque nada vem de graça e definitivamente sentir felicidade grátis não é algo louvável para um guerreiro/soldado/herói/lalalala. Esse dilema me pegava sempre no traseirinho por ter essa percepção estranha de Realidade em que a Felicidade mesmo está totalmente atrelada a gratuidade do serviço legal do destino na nossa vida, só não percebi isso até então.



O se sentir culpado por estar feliz é clássico principalmente se souber que há pessoas ao nosso redor que não estão felizes coisa nenhuma e pouco de nossa felicidade irá afetar efetivamente as vidas delas (Até pode prejudicar conforme o grau de intensidade da conexão discada entre mundos e afinidades. Sim pessoas são filhas da puta assim mesmo, graças a Eru!). Então se sentir culpada por estar feliz por absolutamente nada sempre foi um mote que tive que aguentar por um bom tempo. Isso e as perguntas, ficar feliz costuma acarretar dúvidas nas pessoas. "Por que você sorri por qualquer coisa?", "Por que está tão radiante?", "Como você consegue ver o lado bom das coisas se o mundo tá todo errado e você supostamente deveria consertá-lo pelo menos um pouco?", "WTF você tá bem se tá toda ferrada dentro dum poço abraçando a Samara?" (Para essa tenho resposta: A Samy precisa de Amor também) são essas perguntas bobas que costumam passar pela minha cabeça ou ser ouvidas quando a felicidade instantânea costuma aparecer de modo bem diferente da normal - a felicidade cautelosa de olhar por trás do ombro a cada 5 minutos para se certificar que não receberá uma bela panelada do Destino gritando seu nome e dizendo: "Entrega erada! É pra outro pobre coitado!".

Evito ao máximo de demonstrar qualquer coisa até para fugir das perguntas idiotas ou das marcações insensíveis em perceber que finalmente, depois de um bom tempo, consegui me livrar do fantasma do "Se não der certo, tudo vai desmoronar.", porque não vai.

Tem uma pilha de contas para pagar aqui na mesa, não sei como vou pagá-las até final do mês, mas tou feliz por tê-las comigo. Quer dizer que elas existem para validar a realidade que vivo, não? (Tecnocracia chatonilda!) Se não fossem essas contas, eu certamente não estaria aqui, correndo atrás de meus sonhos para conseguir algo que preste de minha vida que era, foi, e substancialmente não continua sendo tão vazia e sem sentido. Todo mundo chega ao ponto de exaustão, o meu já deveria ter ido há uns anos atrás, mas chegar agora foi bom e perceber que depois de alguns anos essa culpa maledeta tá dando espaço para uma felicidade boba, segura e gratuita tem me deixado mais aliviada.

Afinal de contas: o que eu tenho a perder? A minha Sanidade já foi embora no 2º semestre de 2004 mesmo.