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07 julho 2013

eu e o marinheiro


Como atividade dominical, resolvi levar meu marinheiro favorito lá pra Praia dos Ingleses e ter um encontro com ele. Como o coitado ama o som do Mar e dá uma de filósofo quando vê gaivotas pairando loucamente no ar em busca de qualquer coisa para comer, resolvi que dividir um cachorro quente seria o bastante para ficarmos de boa ali perto do Grande Mar.

Claro que temi pela integridade de meu cachorro-quente de recheio duplo e a eminência de um ataque gaivotístico, então após degustar o lanche (Que esfriou rapidamente, aquela praia faz um frio tremendo) fui dar uma andadinha perto das águas de Iemanjá acompanhada do serzinho miserável que fica me cutucando o tempo todo para visitar mais as areias e as ondas.

02 junho 2013

Andarilhos e filhos do vento

Sacaneio com o pessoal que fui alimentada de pop-trash nos meus anos de adolescente, mas esse cara em especial me doutrinou (Essa é a palavra, doutrinar) a ver o mundo através dos olhos de um simples viajante, aquele andarilho na estrada, afastado do mundo tumultuado, avista o cotidiano e se inspira em pedaços para criar seu próprio mundo, sua Arte.

Andarilhos e músicos (irlandeses em sua maioria que encontro) têm esse poder de juntar os fragmentos da Realidade e colocá-los em forma de melodias e letras e vozes e rimas, sempre acreditei nisso, é algo que vai comigo para o túmulo que ninguém irá me tirar. Mas quando se percebe que o andarilho passou muito tempo longe dessa filosofia, tudo se perde, inclusive alguma estrelinha que tenha brilhado o tempo todo, mas que você não enxergava por conta da noite ser tão escura (Não, não costumam levar lanterna ou lamparinas nessa de andar a esmo pelo mundo).

Algumas pessoas entendem o porquê dos andarilhos serem assim, outros não tanto, mas acreditem, eles tentam o máximo possível em ver o mundo como um todo não como os pedacinhos pequenos que costumam vir. A Música é o único modo de se expressar o Universo em pedaços (a supercola universal às vezes não cola tudo), por isso estar munido de Música e um fio de prata no bolso é o melhor a se fazer em épocas como essa - sem estrada para andar, sem estrela para se orientar, sem tantos pedacinhos para se juntar, sem tantos ouvintes para apreciar sua música.

E essa música é a síntese de absolutamente tudo que acredito em minha vida. I still haven't found what I'm looking for, mas sei que tem uma estrelinha lá em cima para me guiar e me ensinar a brilhar (E no final tem essa de filha dos ventos com a faca para poder cortar certas coisas ruins que se amarram em nossos pés).

Uma ótima semana, pessoal e jamais deixem de crer na estrelinha lá em cima.

16 maio 2013

Sobre minha opinião acerca a Norma Culta Padrão de qualquer língua


[opinião expressa sem efeito de professar qualquer coisa ou alguém, apenas estou deliberando o papel da linguagem em nossas vidas e como algumas pessoas insistem em estragar esse exercício bom de se expressar linguísticamente]
Garoto: Não tente entortar a colher. Isto é impossível. Ao invés disto tente perceber a verdade.
Neo: Que verdade?
Garoto: Não há colher.
Neo: Não há colher?
Garoto: Então você verá que não é a colher que entorta, e sim você mesmo.

Sabe aquela passagem de 1984 que o coleguinha de biombo do Winston comenta que a próxima edição da Nova Gramática da Novilíngua/Novafala poderia vir com menos páginas que a anterior?

Então, é como vejo como os grammar nazis operam. Impedem sua manifestação oral e escrita - enchendo o saco que é errada, feia, não adequada, sem cabimento, e lalala - reduzem como podem todas essas para um grupo de "erro hediondo massacrante" e depois dizem que é pro nosso bem. Vide o ENEM com aquelas pérolas que todo mundo gosta de sacanear no final de cada prova. Não é uma questão de não saber ler e escrever, darling, é uma questão de extermínio silencioso de uma expressão individual que todos nós temos a capacidade de ter devido o tamanho anormal de nosso crânio comparado a outros primatas: a linguagem.

Predizer regras é dar um chute na reflexão da língua, qualquer uma que seja. Dizer que está errado e pronto (E tendo o costume bobo de apontar pra um livro de Gramática e dizer que a Verdade está ali) não é a forma mais eficaz de se instigar a reflexão da linguagem nas pessoas, todos sabemos disso. Passamos cerca de 8 ou 9 anos dentro de um sistema educacional que fica apertando essa tecla até o infinito, com raros casos de formar leitores e produtores de textos que têm algum tipo de consciência crítica sobre a linguagem e os modos de usá-la em diversos contextos sociais.

Poucos se esquecem que muitos não tem o mesmo privilégio de poder entrar em contato com um filosofamento mais aprofundado sobre a nossa língua materna e suas variações. Logo, os poucos preferem ou deixar baixo, ou serem chatos pra caramba (grammar nazi) ou tirarem proveito disso (religiosos, vendedores do Polishop ou políticos).

Para aqueles que escolhem ser tão ferrenhos com a questão da norma culta contra a linguagem formal, uma boa sorte, camaradas. O trabalho de vocês é penoso e nunca vai terminar ou melhorar. Já quem tem pelo menos o bom senso de ser solidário e ajudar quem não compreende a complexidade da Língua Portuguesa é um abençoado (E com certeza vai pros Campos Elísios e tudo mais). Esses poucos entre poucos costumam ser taxados de liberais demais com a língua e frequentemente são chateados por grammar nazis. Tentar fazer um grammar nazi se colocar dentro dos sapatos dos muitos que não tem os mesmos privilégios sociais que os poucos que instituem a lingua como padrão e tudo mais é tarefa difícil e muitas vezes sem resultado algum. Melhor estratégia: ignorar e prosseguir a vida sem se prender demais nas regras de um grammar nazi. Eles não sabem o que é se divertir com as palavras, brincar com as possibilidades e desvendar os mistérios de entrelinhas presentes em qualquer texto.

A linguagem não é estagnada, não é imutável, está em constante transformação porque ela não é um objeto cronológico de vida própria e externa, ela depende de nós, seres humanos, para evoluir. Quanto mais faço uso da língua, mais estarei a modificando em uma situação de nossa Realidade. Dizer que a Verdade Absoluta está em um compêndio organizado por pessoas que não fazem questão de acompanhar as pequenas mudanças sociais em cada santo dia é o mesmo que ler uma bula e acreditar piamente que vai sofrer de TODAS as contra-indicações. É absurdo, inviável, questionável e violável.

SIFALA COMO SISCREVI me é delicioso, invejável e extremamente desejado, mesmo que seja tão anárquico e imprevisível quanto o pensamento único de cada indivíduo. Padronizar é preciso, mas cristalizar a fórmula por quase 200 anos de República e ignorar os novos tempos é tontice. Não aceitar outras formas de linguagem é pedir pra ser ermitão em um mundo tão influenciado socialmente e linguisticamente por tantas fontes, o belo dom de se comunicar é o único bem privado que temos a chance de fazer o que quiser de forma espontânea e sem culpas. Legislar que sua linguagem é errada e inadequada é matar esse sentimento de pertencimento de si mesmo, é condicionar uma identidade em constante construção em um conjuntinho de regras feitas por poucos para muitos. Catar erros de ortografia para se sentir superior aos outros é babaquice, manipular o mundo com uma Gramática debaixo do braço é mais babaquinha ainda.

Preste atenção ao seu redor, todos nós somos únicos, assim como a linguagem que cultivamos desde pequenos. Trabalhar as diversas formas de manifestações linguísticas em nosso cotidiano é necessário, mas não obrigatório. Ser grammar nazi não te traz vantagem alguma, ser um questionador da língua sim. Mesmo que nossa sociedade prefira obedientes cumpridores e não formuladores de leis, mesmo que o mundo atual esteja lotado de chatinhos de galocha que gostam de dizer que você coloca vírgulas demais em períodos ou que sabem conjugar o verbo haver no pretérito-mais-que-perfeito. Mesmo que defendam que a Norma Culta é o Português Correto, mais adequado, mais entendível para todos, não quer dizer que seja a Verdade Absoluta.

Não há colher alguma.

Ps¹: E dude, os Grammar nazis. Esses são dignos de risadas acima de tudo (Porque não gostamos de sua extrema direita na política e no jeito de falar/escrever).


18 abril 2013

breve momento de interlúdio entre um tiro e outro



Alguém muito sábio uma vez me disse que o coração não deveria ser nem de longe o órgão que representa as nossas emoções. A bagunça toda vai para o estômago e dali jamais sobe ou desce. Esse mesmo alguém me ajudou formular a teoria da pedra no meio do caminho (conforme o post aqui). Parte desse post vai ser deliberando a teoria da pedra e esse sonho chato que tenho desde novinha.

Às vezes tenho esse sonho voltando no looping, o mesmo campo, a mesma névoa, o mesmo silêncio, o mesmo som abafado de um estampido violento, o mesmo eco, a mesma dor. Mesmo ela não sendo minha necessariamente dizendo. No sonho é de outra pessoa, e quando ele cai é como se uma parte de mim fosse junto para o limbo que o espera. Nunca é bom saber que parte dele vai ficar em mim, mas nenhuma parte minha vai verdadeiramente alcançá-lo, ele é um mistério para mim, é aquilo que as pessoas vêem, mas não consigo enxergar quando fico olhando demais no espelho (E são poucas vezes,espelhos me apavoram). É frustrante, é doentio, é humilhante.

Saber que você poderia pelo menos ter feito alguma diferença e no grand finale ter a surpresa de que um ato egoísta foi a melhor solução para a situação.

Me incomoda bastante ter que acordar com essa sensação de que o sonho está me avisando de uma coisa que não admito querer sentir. Mesmo que seja produto nato de meus passeios oníricos, esse sonho em particular anda me perturbando por um bom tempo. De acordar no meio da noite e ficar encarando o objeto mais perto de mim para poder me concentrar que não estava ainda sonhando. Particularmente a Realidade dos sonhos me é tão familiar e palpável, às vezes me confunde. Nas vezes em que acordava no meio da noite, tendo certeza que estava mais protegida e salva possível, a dificuldade de me concentrar nesse processo de "acordamento" aumentava quando eu olhava para o lado.

E não doía tanto. Demorava o período entre "acordar" e voltar a dormir, mas não doía.

Agora, assim como o sonho que se repete - e o estampido, e o silêncio que vem depois - meio que se manifesta fisicamente de uma forma bem conhecida. Há dias em que acordo como se tivesse levado um tiro certeiro no estômago, um tiro bem de perto do pulmão esquerdo, bem ali no baço e quase dá para sentir o cano da arma robusta e enferrujada (possivelmente de algum século passado) encostado na minha pele. O que parece me queimar por um tempinho antes do despertar, me deixa com essa sensação absurda que o tiro imaginário atravessou o meu corpo, destruiu tudo que tinha ali dentro, deixou estilhaços e com certeza levou tudo embora quando abriu o buraco.

A única coisa que posso fazer é me levantar e me concentrar que a Realidade aqui não é como nos sonhos - lá pode doer mais, pode ser mais realista, pode até ser mais apavorante - mas a sensação de ter sido baleada continua pelo resto do dia, enquanto estou lúcida e desperta. E sei que vai demorar a passar, vai demorar a ter a limpeza geral e o estancamento e os pontos e os dias de resguardo e a restauração dos tecidos e talvez uma lição aprendida - sempre espero pela lição, acima de tudo - mas é mais ou menos isso.

Se alguém me perguntar, direi com toda a certeza que meu corpo sente: é como levar um tiro. Não sei como explicar como posso saber disso, mas é bem parecido.Preciso reaprender a fazer pequenas intervenções cirúrgicas novamente.

John Lennon tava certo: Happiness is a warm gun (Bang bang shoot shoot!).

16 abril 2013

breve momento de interlúdio entre um poço e outro




Are you sleeping? Still dreaming? Still drifting off alone.
I'm not leaving with this feeling, so you'd better best be told
And how in the world did you come to be such a lazy love?

It's so simple, and fitting the path that you are on
We're not talking, there's no secrets, there's just a note that you have gone
And all that you've ever owned is packed in the hall to go

And how am I supposed to live without you?
A wrong word said in anger and you were gone

I'm not listening for signals, it's all dust now on the shelf
Are you still working? Still counting? Still buried in yourself?
And how in the world did we come to have such an absent love?

And how am I supposed to live without you?
A wrong word said in anger and you were gone
And how am I supposed to live without anyone?

And how in the world did you come to be such a lazy love?
And where did you go?

02 abril 2013

Como sinto falta da Oresteia!

A letra de Orestes do A Perfect Circle me impactou na primeira vez que ouvi há uns anos atrás por fazer alusão ao sofrimento do personagem de mesmo nome, Orestes, que foi manipulado por tudo e todos para dar cabo a um plano de vingança cega contra sua própria mãe Clitemnestra  Dá até para sentir um bocado do rancor no refrão e como o pobre rapaz que caiu de gaiato na trama familiar sobreviveu após conseguir consumar a vingança da Casa dos Atritas. Por mais maluco que o enredo seja, me sinto bem em relembrar como essa peça me fez bem na época em que li - muita coisa estranha acontecendo na Graduação, Cthulhu nomnomnom my sanity - e em como o tema costuma voltar ao meu coração quando a coisa está pegando pro meu lado emocional.

Sendo inspirada na minha peça favorita da tragédia grega Oresteia - falamos de Destino Irônico, Vingança e problemas com pais e mães - Orestes do A Perfect Circle se encaixa direitinho com o estado de espírito recorrente:



25 março 2013

Diálogos parte 1

- Hey there, how's hanging...?
- Ha, ya know... Just hangin'...
- Yeah, but I heard it's tough to... ya know, "hang".
- It's cool... It's not like someone ripped out my chest, took away my heart with a hand full of glitter and throw around in the mud only to watch how mad dogs eat it all up... No offenses,btw...
- No, no, I'm cool with that... But glitter? WTF?
- I'm trying to convince my subconscious that everything was magical and stuff...
- Even the gore parts?
- Specially the gore parts... *silence*
- There's anything I could help?
- Sure! D'ya has a time machine or something?
- Nope.
- Great, gimme sum tea and cookies and I'll be fine...
- Sugar coating the gore again?
- Nah, just doing the fucking usual...
- And that would be...?
- ...

23 outubro 2012

A pedra no caminho e a trilha


"That you're alone and you lost in the forest and no one's giving you the fucking map and where the hell are you. Accept that, you can't go back because you will be doing something karmically and just have to go forward."
Há essa parábola interessante que ouvi - alguém muito sábio e perceptivo devo dizer - sobre a Pedra no Caminho e as diversas maneiras de como passar por essa pedra. Dependendo da personalidade da pessoa - o tópico da conversa era o agrupamento em signos zodiacais e tudo que envolve os "tipos" - as reações seriam diferentes, inusitadas e cômicas.
Para exemplificar o que alguém de Touro faria, ela me descreveu uma incrível cena nesse cenário da Pedra no caminho. O taurino iria tentar empurrar a pedra com tanta força que se estrebucharia todo. A vontade tão teimosa e orgulhosa do ímpeto do signo seria de praticamente quebrar a pedra (Ou rochedo como eu visualizo) com golpes bem dados de cabeça. Isso mesmo: Cabeçada na pedra até ela rachar e abrir um caminho visível para a estrada lá do outro lado.

É plausível já que repassei a informação da Pedra no caminho para mais 2 pessoas também taurinas e as reações são semelhantes - com algum detalhezinho aqui e ali. Perfeito, hipótese, metodologia, comparação de resultados, tudo na boa.

E como seria o virginiano? Nem cheguei a perguntar, mas a querida pessoa me diz que nós vemos o tamanho da pedra, calculamos o peso da pedra e decidimos pegar outro caminho. Bem cômodo não? E bem incômodo.

07 abril 2012

Confissões de graduada de Letras - parte 1

Momento confissão de graduando em Letras modo on:
(Especialmente para a Cleonice Machado ler e verificar se ocorreu mesmo na mesma esfera de Realidade dela)

Quando eu fazia Disciplina Isolada na UFMG - há uns 3 anos atrás, quando era empolgada, quando achava que estudar de tarde seria ideal, quando as obrigações sociais de se ganhar dinheiro e se sustentar não pendiam sobre meu cocoruto - e morava lá na Roça Vilarejo Brejeiro de Betim, eu precisava sair algumas horinhas antes para enfrentar trânsito e alcançar o Antro Vil e Maléfico de Cthulhu (Um dos) uma vez por semana para fazer essa Disciplina intitulada: "Seminários de Teorias Narrativas – Narrativas e espacialidades."

Mal sabia eu no que me metia.