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04 julho 2020

o Tempo e o tempo

Ocorreu que em algum dia nublado naquele auditório da universidade dos Stormtroopers uma aula de literatura seguia com a excelente explicação sobre tempo e narrativas. Você veja só, o Tempo dito pela capeta-lismo é uma incógnita de 24 horas, 7 dias por semana condensada em 44 horas semanais de trabalho forçado para manter a máquina pulsando e jorrando óleo pegajoso na geração seguinte. Foi-se assim que na discussão entre as diferentes narrativas entre a africana e a ocidental, descobri que o Tempo era uma convenção não tão estabelecida assim.

Eu sempre tive a percepção dele em relação ao meu corpo como um eterno jogo de coelho branco da Alice no país das maravilhas - o camarada que vivia atrasado, sabe? - então desde que me entendo por ser autômato na máquina oleosa, o Tempo significou muito pra mim, ainda mais na questão de NÃO perdê-lo.
Creepy as fuck já te isso internalizado desde meus 11 anos.

Então naquela aula, ao quebrar esse paradigma que eu defendia com unhas quebradiças e dentes molares, saía das aulas com a impressão de que a Vida era um trem tão bizarro que eu deveria parar de contabilizar ela de alguma forma. Funcionou por um tempo, até a máquina oleosa cuspidora de peças me dizer que tava errada. Ela te engana fácil.

Tempo cortando as asas do
Cupido (1694), por Pierre Mignard


O Tempo em si pode variar em vários momentos da vida, os meus tem sido perceptíveis na mudança de ritmo em tempos em que fico doente, ou quando arranco aos poucos (aos murros ou com um canivete enferrujado) uma flecha desviada que o guri estrábico e sem noção, filho daquela que não deve ser nomeada no panteão helênico - que é totalmente oposto da explicação de narrativa que me livrou de protocolos em pensar o Tempo como um ser apressado, angustiado e devorador de seus filhos. Na doença, no desamor e na medicação forçada percebo que isso tudo cessa e um novo ritmo bizarro de vida se propõe sem pedir licença alguma. Apenas chega. Eu que me vire para tentar me adaptar.

02 dezembro 2019

porque pessoas tem desejos: tenho vários



Tenho desejos. 
Intensos às vezes. 
Okay, admito, na maioria das vezes. 

E quando estou amando alguém isso intensifica de um modo que não é muito bem visto pela família tradicional brasileira. 
Estudar BDSM então? 
Nem pensar. 

E isso piora um bocadinho quando sua leitura de corpo é confundida desde criança, entre corpo masculino e feminino, em que o desejo expresso pode ou não ser válido. 

Se está entre a binarice de gênero, piora. 
Porque a reação é de que o corpo que aparenta ser algo tem X coisas de performance. 


27 fevereiro 2018

mais um semestre a começar

Hey céleblo feladapoooota, como vai?
Pois eu vou bem.
Não consigo ver beleza em nada ainda, mas tamos aí pra entender o que raios vai ser desse semestre.

Ataques de ansiedade são bem-vindos, até porque eles sempre estão por aqui rodeando um estômago cheio de suco gástrico sem ser afetado por cafeína há 2 meses e um fator de não ter algo substancial como distraimento.

Ando lendo livros.
A Divina Comédia tá encaixando direitinho com a vida, principalmente aquele trem de ficar se apoiando em poeta morto, dando uns rolê em círculos e a única possibilidade de ter alguma redenção é conferindo na íntegra o que o mal-mal como pica-pau tem reservado para o coração fraco e pecador de um cristão relapso, logo consigo me identificar com a narrativa.

Fonte: Comics by R.E. Parrish


Não que eu seja cristão.
Mas o rolêzim tá bem parecido com a vida real.

Voltar para faculdade cada semestre tem um misto de apropriações emocionais - porque negar é o princípio para a aceitação né? Bora - em que a ansiedade tá ali, maratonando junto, dando tchauzinho a cada 3 minutos e voltando pra dar aquele abraço só pra garantir que estará ao seu lado, no que der e vier.

É bom personificar os medos, já meio caminho andado para querer chutá-los em sonhos ou devaneios mesmo. Sinceramente? Colocar massa corpórea nessas quimeras é mais fácil de lidar do que tentar pegar com a mão uma cortina de fumaça.

Então o misto vem com todo o repertório da frustração, em quase todos os sentidos, em quando uma situação que não sei se saiu do controle vai me atingir com mais força por eu não ter controle nenhum. Pra ter uma ideia, quis ficar grudade no busão na hora de ir pra aula, ficar na cadeira e voltar de onde eu vim. Lá é seguro, é calmo, nada acontece, é um depósito de poucas lembranças.

Graças.

Mas ser adulto é encarar a realidade, e para percepções que me são salientes, a realidade não é nada legal.

A realidade nos faz pensar que durante uma aula qualquer sobre assunto diverso vai abrir uma porta de (im)possibilidades incríveis de se explorar, para um segundo depois ter a bigorna esmagadora de que não, ali não é lugar para se abstrair para isso. Aliás, esse sufocamento primário de pensamentos é que me fez chegar a esse ponto no começo da conversa.

É a vida.
Ela é nada feliz.

É um espetáculo bonito isso de ser visitante em seu próprio corpo, analisando cada molécula arrasada por culpa daquilo que não fez e daquilo que deveria ter feito (na maior parte das vezes é ter coragem pra fazer as coisas, tá difícil), se chega à conclusão que se cuidar é a melhor maneira de não surtar. E não surtar no sentido romântico, explícito, altamente catártico da palavra, é o fermentar pequenas porções de ansiedade e torções de realidade e angústia e medo de não ser suficiente em um bolo imaginário que estaciona nas dependências do abdômen. E subir pela garganta. E trancar a respiração. E ter que fingir que tá tudo bem, porque hey tá tudo bem! Não tá bem? Por que não deveria estar? 

O surtar aos poucos e com doses homeopáticas é uma das habilidades que vem de berço, eu sei. Engolir o bolo até ele se digerir em algo diferente foi o que aprendi até então.
(Dá pra mudar? Dá. Se eu quero? Nem sei mais.)

Por que não tentar de novo, seu disgramento? Penso eu com meu músculo que não sente dor. Porque tentar de novo vai ser a mesma coisa que expor a tudo que não é necessário se absorver. 

Até onde investiguei, não sou uma esponja.

Então até essas miudezas não serem extraídas do sistema neural e principalmente do estomacal (a fermentação dos sucos é acessível com um olhar, faz parte) não partir, essa é a minha vida de escriba nesse bendito curso que continua sendo minha paixão, mas assim como o moleque estrábico rancoroso, minha Psique não está muito a fim de ficar casada com uma entidade que é invisível.

Mas prossegue a rotina, tem um diploma pra pegar, mais outra epopeia estomacal para cultivar e rever prioridades novamente pra não surtar. 

Muito poético isso, né?
Tava achando que tinha perdido essa veia de disfarçar meus problemas emocionais com metáforas e referências e afins. Faz parte.

26 fevereiro 2018

regrinhas de viajantes

É sempre bom lembrar algumas regrinhas aprendidas enquanto viajantes dessa realidade:

1) tempo não cura powha nenhuma, amnésia sim.
2) nunca diga nunca para aquilo que não afeta seus valores pessoais, seu conceito de moralidade e suas ruminações éticas.
3) pessoas são pessoas e elas provavelmente irão te decepcionar em um certo grau de intensidade. Você também é uma pessoa, logo também entra nessa roda.

Item 2 de com força pra esse começo de semestre letivo e fase nova de vida meio antiga.

23 fevereiro 2018

erros de interpreta-direção


Desde criança gosto de direções.
A Rosa dos ventos é fascinante pra mim desde que consegui mexer numa régua direito.
Mapas, bússolas, continuo sendo a pessoa loka que cata todo guia turístico vagabundo printado em rodoviária.

Antes de escrever algo substancial faço rascunho de mapas, plantas baixas, lugares que existem, lugares que não existem (ou não), direções.

02 fevereiro 2017

brb que não peguei no tranco



[EDITANDO: A força começou a aparecer hoje dia 02/02, eita coisa linda!!]

2017 já começou, mas o meu metabolismo não tá andando bem pra dizer que é um novo ano de um novo dia de um novo tempo (lalalalala).

Voltando no engarrafamento da SC pra subir pra casa, contemplando pela janela do busão - modo mais interativo de se filosofar coisas - percebi que a vida de escriba em projetos de curto prazo pode até ser menos estressante, mas um bocado perigosa. Porque meus short terms estão com data já marcada e me sinto como se entre os dias não há muito o que fazer.

Aquele tesão de aprontar novas coisas e ir atrás de possibilidades estranhas pra carreira futura? Nope, parece que foi embora com a empolgação de querer mudar o sistema. Até com algumas discussões da categoria não me sinto a vontade para refletir, reprogramar, sintonizar. Tá osso.

E nem é o bode amarrado na canela, é o slow down de não sentir mais a vivacidade de enfrentar aborrecimentos. Creio que com os 30 chega a falta de paciência de ter paciência, fui pega nesse caminho.

Quanto aos projetos acadêmicos, estão de fucking molho forçado, os de representatividade estão indo devagar, minha vida social se baseia em ir pro estágio, voltar pra casa, assistir alguma coisa no PC, dormir. E gatos. Estou tendo momentos preciosos com os dois. Mesmo assim, tá faltando alguma coisa que não consigo saber de onde vem.



Talvez passar muito tempo fazendo trabalho burocrático esteja me deixando mole e sem perspectiva. Talvez a possível - torcendo que sim - volta para biblioteca ajude com a empolgação restaurada. Eu sinto falta de atender gente e ajudar no que dá, parece que ando em círculos pra mostrar validade alguma em tabelas de Excel. Isso dói o ego um cadim, o orgulho de ter escolhido essa profissão vai meio que embora quando não me vejo atuando como deveria.

Deve ser a morosidade das férias. 
Espero que não seja mácula de idade.


Tou esperando sinal de Rangs pra me levar de volta às estantes e as bagunças diárias de bibliotecas, estantes, pessoas e alunos. Tá fazendo falta. Muita. 

31 dezembro 2016

Antes do ano terminar...

Tem umas coisinhas que é bom manter um nível de respeitabilidade e tolerância, mesmo que não concorde. Desapegar de termos foi um dos desafios que mais me deram nó na cabeça nessa vida de escriba.

Então chuchuzinhos, mesmo que não concordem com os termos usados por um grupo específico ou ideologias ou até a questão do ponto de vista de realidades e vivências de outras pessoas, tudo bem, vocês têm todo direito de se expressarem sobre isso.

Mas apenas informando que isso não vai mudar as coisas assim no ato. Ler postagens sobre discussão de termos e conceitos e tudo ali envolvido e chegar a conclusão que nem as minorias são inclusivas (E esquece o papo de solidariedade aqui, Internet é um lugar essencialmente anarquico), as pessoas não são tolerantes e muito menos pode haver algum tipo de diálogo com quem não quer/sabe ouvir.

Humanos amam categorizar, fazemos isso o tempo todo, é uma forma estranha de se classificar quem, o que e porque as coisas são coisas, as pessoas são pessoas e todo status quo.

E a porra do status quo sabe como oprimir mais que criar entendimento.

Quando entendi logicamente que me enquadrava em um perfil de pessoa que chamam de não-binarie (Ou seja, alguém que não se compreende categorizada como feminino ou masculino, mas apenas sendo um pessoa) não foi idealismo universitário que me definiu assim. O termo sim, o enquadramento não.

E isso me deixa um bocado alerta com postagens da galera que entende bem o que é estar nesse enquadramento ou que entende que o status quo é que determina toda essa casca assimilada que tentamos mostrar pro mundo todos os dias. Se fala de corpo, de psicológico, de conceitos de gênero e anatomia, sexualidade, padrões hetero-homonormativos, de desconstrução, de reconstrução de corpos, de teorias genderqueer, de espectros e categorias dentro do ser transgênero (E aí fica mais e mais complicado de NÃO aplicar os conceitos já prontos do status quo heteronormativo, do dominador, da maioria, do socialmente aceito), nas vivências e socializações desde a infância até o ponto em que estamos. Me deixa alerta, porque leio muita babaquice, mas de babaquice estou bem acostumada desde que me entendo por gente, pessoa, pedaço de carne, nervos, ossos e fluidos que perambula por esse mundo estranho que gosta de categorizar/classificar coisas e pessoas.
Eu tou manjando das babaquices lidas, porque querendo ou não fiz/faço/farei parte desse discurso babaca em algum ponto da minha vida, querendo ou não. O importante nessa reflexão aqui é que tenho ciência de como a denominação de coisas, terminologias, conceitos, ideias e oras, postagens babacas mesmo com roupagem educativa pode causar em uma pessoa, uma realidade, uma experimentação de vivência.

Sei também que tudo é passível de múltiplas interpretações e entendimentos. Sei que se VIVER tal coisa é diferente de TEORIZAR tal coisa. Ser é diferente do estar. O separar disso também entra na forma que o status quo manda compulsóriamente pra gente fazer pra não dar tilt na cabeça. Creio que a maioria das pessoas tenha um carinho enorme por sua própria Sanidade, desafiar o status quo traz mais prejuízos que acertos.

E ler as postagens babacas (E digo aqui, nessa posição onde me encontro agora como pessoa não-binarie, ou seja lá qual termo decidam inventar para o que eu sou, não o que estou) me faz refletir até que ponto posso continuar lendo esses discursos que trazem a repressão e a contenção social que me sufoca todos os dias.

Como ninguém pode viver numa bolha blindada para não ouvir/ler/falar os discursos que podem ou não ferrar com a cabeça e as convicções que uma outra pessoa tem, o jeito é respeitar e tolerar. Não me custa nada, sinceramente.

Se o status quo ordena que haja contra ataque quando leio algo que me ofende no padrão da minha vivência (não-binarie, branca, classe média, universitária), a melhor forma de se rebelar contra esse sistema é quebrar o ciclo vicioso. Pra que entrar em discussão, se há uma marca textual discursiva clara de que a pessoa do outro lado não quer ouvir?
(Só me incomoda quando vem em forma de xingamento, não precisa xingar a mãe ou mandar bebericar em algum orifício presente na anatomia humana pra validar argumento)

É aí que pode-se inferir: não importa a militância que sigamos, as ideias, conceitos, termos, toda essa parafernalia que o status quo aprontou em milênios de convívio humano = todos somos excludentes, todos praticaremos algum ato de pura babaquice para mostrar ao mundo exterior que somos passíveis de validação.

Porque é na validação de quem sou é que estou, certo? Nossa sociedade vive inteirinha no modo cartesiano "Penso, logo existo" daquele zezinho da matemática.
(opinião pessoal: Descartes também era bem babaca, assim como todos nós. Ele só foi mais reconhecido por TEORIZAR sua babaquice em público e ser aceito pelo status quo como normativa)

Essa chatice de textão é pra me lembrar e também para quem precisa, de que você ou eu não somos obrigados a nos definirmos conforme a normativa. Mas se quiser, tudo bem, não é algo catastrófico concordar com os acordos tácitos de convívio aqui nesse plano material que estamos perambulando. Não há problema algum.

Inclusive vou ter respeito e tolerância com as postagens babacas, com os comentários beirando ao catastrófico quadro de fobia e também a agressividade já tão presente em discursos de diversas manifestações linguísticas por parte das pessoas. Esse próprio texto aqui já tá desdenhando de quem não tem ideia do que seja os conceitos e palavras que mencionei. Eu possa estar sendo babaca pra quem não concorda comigo. Infelizmente a linguagem é a arma mais eficaz e poderosa que o ser humano teve a capacidade de aperfeiçoar para controle social, dominação e retenção de vivências.

Acostume-se com isso, é inevitável.

Não quer dizer que eu vá parar de tentar hacker a linguagem e me apropriar daquilo que é meu, minha identidade, minha particularidade, minha vivência, minha realidade, minha alteridade (E usar muito pronome possessivo é algo que não me sinto confortável, assim como ler que travesti não pode/deve ser não-binarie por trocentos motivos que se peneirar cai justamente na caixinha de categorização, dominação, repressão, eliminação). E de quebra ajudar quem precisa de uma orientação mais de boas sem cair na babaquice.

2017 tá aí, bora ser um pouquinho mais compreensivos?

Eu já tou sendo demais ao ler postagem babaca atacando o direito de se expressar e se representar das pessoas lindas que interajo aqui nessas interwebs. Tá foda ver isso transpor pra fora do ambiente virtual quando os tempos pedem por mais tolerância e empatia.

Conversem uns com os outros, ouçam, dialoguem, tenham ciência na cabeça e no coração que o pedaço de carne, nervos e ossos perto de você tem o mesmo sistema de funcionamento que o seu (emoções, sentimentos, ideias, modos de ver a realidade, tudo isso), só não seja babaca.

Tá aí uma boa resolução de ano novo: ser menos babaca com as pessoas que não concordam com nossas opiniões. Parece algo louvável que o status quo aprovaria né?
Afinal, estamos todos amarrados na mesma coleira.
(e se você ainda não se atentou disso, sortudo você é!)


05 setembro 2016

os updates do crush foram atualizados


Então...

Os updates do crush foram atualizados: [x] - [x]

Viu como citar o nome da (ben)dita cuja - sentadinha em seu troninho de conchinhas fofuletes, acompanhada de seu filho míope e levemente sádico lá no Olimpo - acaba atraindo uma confusão mental total?
Eu tou naquela do "não, não vai dar certo, por *insira aqui lista de motivos para dar errado*", e aquela "hey, há outra oportunidade aqui, mesmo que igualmente nula". Queria não ficar nessas dicotomias.

Dicotomias me perseguem desde sempre.
E as estatísticas, essas sim que acabam mesmo comigo.

30 agosto 2016

cobrança dá a volta e meia e volver




Cobrança é gatilho pra eu pedir arrego e sair correndo na direção oposta. Por que sou irresponsável?
Muito longe disso. Eu sou uma bolinha de ansiedade que constantemente se cobra mais que o saudável.

Cresci num meio em que tudo que eu pudesse fazer era passível de uma cobrança a mais. A mais nova na sala de aula - tem que estudar mais pra alcançar os coleguinhes - a única "menina" que se misturava com a maioria de "meninos" - tem que jogar bola bem, jogar vídeo game direito, saber a escalação do time do Brasil em pelo menos 3 copas, e por aí vai - até às cobranças psico-familiares que alguém pode ser submetido quando se divide o espaço com alguém com traços possessivos e territorialistas que me inibiam de muita coisa.

Quando vejo que alguém está cobrando demais de mim, seja a mínima coisa, vai cutucar 3 tipos de ferimentos graves dentro desse músculo cardíaco que não me serve de nada por enquanto:
1) se está cobrando é porque não estou fazendo certo. E é a minha obrigação fazer tudo certo. 
2) se está cobrando é porque deixei de fazer algo por conta da minha natureza supercética, nada antenada em sutilezas e entrelinhas das indiretas.
3) se está cobrando é porque tá na hora de ir embora e eu não saquei isso ainda.


A cobrança traz alguns amiguinhes bem fodidos como o ciúmes, a possessividade, as suposições exageradas e a visão unilateral de mundo entrarem na dança. Ela me agride mais que a indiferença ou a falta de comunicação, esse fantasma amaldiçoado parece me perseguir às vezes em algumas instâncias da minha vida de escriba.

24 junho 2016



"Nunca diga seus sentimentos"



[Edit] Esse video apareceu na minha timeline no facebook, abençoadx seja a pessoa que decidiu fazer um video osbre esse panorama.
(Porque afinal de contas, parte da minha briga interna é por conta disso)

23 abril 2015

vida social e laboratórios de informática

Agora me recordo do porquê não ter vida social na PUC-MG: laboratórios de informática.

Quando o ano de 2004 se estabeleceu, a banda larga não havia chegado ainda no vilarejo brejeiro onde eu morava há 3 anos atrás. Betinópolis tinha lan houses, mas era no laboratório da PUC-MG que eu praticava minha escrita fabulosa em blogs de layout sem CSS e postava obsessivamente em fóruns de fanfiction.

Eram bons tempos.

Logo não me restava tempo lá fora.
Com pessoas de verdade.
Com conversas filosóficas movidas pelo Vazio da Existência Universitária.
Ou movidas pelo teor etílico na corrente sanguínea.

O laboratório era meu ponto inicial e final.

Triste.
Mas foi a vida.

E agora estou aqui plantada em um da UFSC porque o celular não consegue postar devidamente as coisas que quero.

Lição aprendida na Biblioteconomia? Com a palavra Chelsea Handler e sua eterna sabedoria:

"A coisa mais importante é estar bêbada" - amém!

Não que eu vá praticar sacerdócio pra Dionísio (Até porque não dá, meu contrato com Morfeu é vitalício), mas realmente a experiência de segunda graduação está mudando meus hábitos de socialização interpessoal de uma maneira meio estranha.

15 abril 2015

O décimo terceiro passo

Thirteenth Step
Thirteenth Step (Photo credit: Wikipedia)
Se há a necessidade compulsiva de ouvir o Thirteenth Step no repeat já desde cedo é porque há um problema. Ou demônio interno a ser exorcizado.

(pelamoooooor Mandos, seja o nono, ok? O nono é o mais brando.) 
 
Cismei com a Vanishing e The Outsider por longos minutos, até voltar pra Weak and Powerless e Blue (Que com certeza não é uma música boa para se ouvir quando se está com tanta caraminhola besta na cabeça).

E aí pra completar a cerejinha melancólica do bolo de bile esverdeada, The Noose me faz sentar nos fundilhos do ônibus, me escondendo atrás da mochila e pedindo pra Morfeu passar com a van de funcionários logo e me levar pra longe (Extremamente perigoso ficar matutando bobagem durante 1 hora e meia de percurso de ônibus, tem que dar um freio antes de cair no choro no meio de tanta gente).

Por que então ouvir o maldito álbum?
Porque é bom e ruim ao mesmo tempo.

09 abril 2015

dancing with myself oh oh oh oh!


Tudo começa com Billy Idol nos ouvidos ao acordar com o despertador do celular, o fato de dançar comigo mesma ultimamente e o porquê é tão mais saudável estar em paz consigo mesma.

E aí a Gala Darling já manda um post sobre valorizar a individualidade para se poder criar e lalalalalalalala uma photoshoot linda do Ziggy Stardust lalalalalalala


16 março 2015

Síndrome de cottard disfarçada

Não me sinto mais a vontade com meu próprio corpo.
Tem esse feeling de meio de madrugada que tá me perseguindo faz tempo. As horas de vigília que se arrastam após.

Creio que certas palavras jamais vão sair do meu subconsciente e pelo jeito todo esforço de me sentir menos esquisita (e babaca) pode ter sido em vão. A incerteza da situação também vai remoendo as beiradas já danificadas e quando vou analisar se está tudo bem e em ordem, parece um pouco de síndrome de Cottard - aquela que as pessoas afetadas sentem que estão mortas, parecendo zumbi com as funções vitais anuladas.

Não sei se agradeço ou se amaldiçoo, de qualquer forma, a vida segue. Espero que isso vá embora algum dia, ou pelo menos adormeça, uma bela cãibra de consciência.

15 março 2015

prometeu alguma coisa hoje?

Prometeu por Gustave Moreau, (1868).
Esse cara? Totally awesome. Prometeu foi um titã da Mitologia Grega que escapou da penalidade máxima de ser colocado no cantinho do castigo lá no Tártaro quando a Titanomaquia aconteceu nos cafundó do Olimpo. Óbvio em dizer: o rapaix não só ajudou Zeus e cia. a se livrar dos "impiedosos" filhos mais velhos de Gaia e Urano, mas também ficou incumbido de realizar um dos feitos mais notáveis de toda Mitologia Greco-Romana: a invenção da Humanidade.

Com essa tarefa em vista, Prometeu modelou os humanos de forma que pudessem corresponder as expectativas do "patrão" do Olimpo. Beleza, só que as letras miúdas do contrato diziam que o titã não poderia se "afeiçoar" demais as criações... E aí começa a saga da Humanidade.

Assim que os humanos foram "criados". E pelo jeito deixados em uma caverninha (Cês acham que aquele diálogo do Platão sobre o Mito da caverna veio da onde?!), no total escuro, até Zeus terminar de fazer a varredura nos esquema e botar as quebrada na ordem para que então suas formigas, ops, humanos pudessem povoar a Terra. Okay, tudo certo. Só que Prometeu achou que não era o bastante.

Durante a fabricação, ele já via a potencialidade dos humanos e mesmo com os avisos de Zeus sobre isso - "Não sabe brincar, não deixa descer pro play!", "Dexa queto, rapá!", "Não dá tréla pra esses cabra safado!" - Prometeu foi lá, catou uma tocha do Olimpo e deu para os humanos. Yep, tocha para os humanos.

Uma puta duma metáfora foda.
E aí a nossa querida Humanidade se tornou isso que somos agora, de acordo com os mitos gregos.
Culpa de quem? Desse cara acorrentado.

Como sempre, Zeus não gostou dessa atitude do titã - mas tipo, sequestrar garotas indefesas disfarçado de animais exóticos ou chuva de ouro tá liberado né? - e mandou Hefestos (Deus da Forja) acorrentar o rapaix em um rochedo lá em cima no Monte Cáucaso e colocou uma águia (ou corvo dependendo do autor) para devorar seu fígado durante 30 mil anos. Como o cara era titã, regenerava todos os dias, mas mesmo assim nomnomnom a águia fazia sanduíche com patê de fígado de Prometeu.

(Olha só hint para a punição de Loki com a serpente a gotejar veneno em sua boca?)

Em um de seus trabalhos de redenção, Hércules (filho de Zeus) soltou o moço e parece, não se sabe o certo, tudo ficou bem. De acordo com o Rick Riordan em sua saga Percy Jackson, tio Prometeu era um traíra, fiodazunha, muito bem resolvido e se escondeu do Olimpo após a grande batalha, lalalala lalalala.

Sinceramente meu apego a esse titã se formou por conta dessa pintura aí em cima, impressa no primeiro livro de Mitologia Grega que li na escola e que me impressionava com a quantidade de gente se ferrando em tempo recorde por conta de bichice extrema de deuses manés. O fato do fígado dele ser comido todos os dias também ajudou na fascinação, pois como é que pode alguém que ofereceu algo tão precioso a Humanidade poderia sofrer tal punição? Por que RAIOS então Zeus pediu pra ele moldar a Humanidade? Se eu fosse um deus infiel, tarado, déspota, patriarcalista, sem escrúpulo algum, não deixaria essa tarefa pra um cara idealista, mas sim pra um que seguiria minhas ordens até as últimas consequências (Vide Hefestos, por exemplo, oh carinha fiel que dói!). Segurança primeiro!

Com tantas perguntas na cabeça quando tinha 13 anos e meio, fui levando essa admiração a Prometeu comigo até hoje. Resolvi postar algo aqui sobre ele apenas para me lembrar que a águia pode gostar de patê, mas não quer dizer que eu tenha que servir com canapé ou pãozinho de forma, sabe? Já tou cansada pra baraleo de ficar negando meu próprio corpo.
(Obrigada modafoca, obrigada)

26 dezembro 2014

Mas óbvio que são onze e três da noite, num dia vinte e seis, chuvarada caindo, tudo silencioso e é claro que vou querer cavar um buraco no meu próprio peito e arrancar meu coração fora pra finalmente parar de sentir alguma coisa.

Fucking feelings, I hate them so much.

27 novembro 2014

[conto] ode ao desmemoriado sonhar


Tão cansada desses pesadelos.
Cansada pra caralho.

Dá para manter a concentração depois dessa? Sonhar no loop de imagens que NÃO se precisa realmente relembrar. Bem que poderiam inventar aquela pílula de dissolver memória, não me importaria nem um pouco em tomar um pote inteiro e esperar ficar babando em algum canto por aí.

Tão estressada.

Às vezes eles vêm, como sonhos comuns, diários, triviais, disfarçados daquele arzinho de que são inofensivos e então quase no final, BAM! uma palavra, um som, um cheiro, um registro detalhado de cada falha efetuada na sua miserável vida.

É assim que tem que ser, criança. Fez aqui, se paga aqui.
Bobagem do cacete.

Não vim pra pagar coisa alguma, vim pra aprender.

22 novembro 2014

Bolinha de ansiedade e a princesa

Era uma vez uma bolinha de ansiedade.
Ela pulava alegre e saltitante por todos os lados, deixando marcas em um amarelo canário tão chamativo que não dava pra tirar com detergente e sabão.
A bolinha tão ansiosa não cessava seu movimento de pular e pular até que um dia encontrou uma bela princesa que também sofria de mesma ansiedade. A bolinha decidiu ajudar a princesa servindo de bolinha anti stress, sendo apertada e esmagada várias e várias vezes com toda a energia acumulada de anos e anos procurando respostas.
A bolinha um dia murchou.
A princesa virou a bolinha.