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08 setembro 2013

[conto] nunca duvide do zelador

A madrugada se estendia quando sua vida era cercada de códigos para se desvendar, segredos para se criptografar, mensagens para se codificar e reter mais líquidos para hidratar o corpo curvado e cansado que a maioria de seus "colegas" de profissão.


Ser a programadora júnior do laboratório de banco de dados de uma grande universidade não era algo que ela almejava em sua curta vida. Era um emprego bom, pagava as contas, mantinha sua dieta fraca e nada saudável, conseguia ter mais acesso a lugares mais distantes do que ao fazer sozinha em casa em seu modem mixuruca impregnado de limitações dos Tecnocratas, ali na universidade o poder de alcance era explorado ao máximo, para que assim ela pudesse estar conectada a Realidade Virtual sem ter o incômodo de ter alguém espreitando pelo seu cangote ou ter a Polícia Secreta batendo na porta dando voz de prisão por "crime virtual".

23 novembro 2009

rosenrot - u.soldier

O desenho na Tv era o matinal Alvin e os Esquilos, alguma musiquinha sobre um exótico doutor vindo dos vilarejos selvagens da África. A sra. Hott cantarolava lavando os pratos, seu irmãozinho Francesco na cadeirinha aproveitando o gosto de brinquedo de borracha favorito. Tudo estava normal e quieto para uma manhã de segunda-feira no distrito de Curtea de Arges.
O amigo cantor fracassado dos esquilos explicava que não conseguia ficar com a garota que tanto gostava, então foi a um doutor-bruxo para ver se ele o ajudava.
Como a vidinha era inocente.

Francesco fez um som engraçado como brinquedo de borracha, ela riu para o irmãozinho, gostava quando ele não chorava, mas ficava rindo à toa. Gostava também de ouvir a sra. Hott cantando enquanto lavava pratos, ou fazendo a comida ou limpando a casa. Gostava mais quando a sra. Hott a deixava com o esfregão e o balde para ajudar ali no corredor principal da casa. A menininha de 5 anos se sentia a verdadeira dona-de-casa quando estava sob o comando do corredor.

E sempre ganhava elogios de sra. Hott e de seu pai quando ele chegava das viagens. Do quanto ela era responsável e sabia cuidar bem de tudo enquanto ele estava fora.
A menininha gostava muito de servir para qualquer coisa.

A musiquinha continuava na TV e ela balançava a cabeça no mesmo ritmo que os Esquilos. Queria até ter uma caixa de papelão e giz de cera para fazer uma máscara de doutor-bruxo, isso sim seria legal. Mas depois pensou em como Francesco iria chorar pelo desenho de carranca na caixa de papelão, então desistiu da idéia para não se empolgar demais e acabar fazendo seu irmãozinho chorar.

Por um breve instante ela sentiu os olhos turvarem (Ou seria a imagem da Tv velha?), esfregou-os com rapidez e voltou a olhar para a tela, nada. Era a recepção mesmo. Se inclicou um pouquinho para frente e bateu na carapaça de madeira da velha TV preto e branco. A antena chegou a desabar com seu tapa, mas ela foi paciente e puxou a antena para cima novamente. O barulhinho engraçado do brinquedo de Francesco não atrapalhou sua inspeção a Tv, ela pegaria o brinquedo, mas a TV deveria ser arrumada antes. Ela estranhou por Francesco não resmungar pelo brinquedo caído, mas vai ver que ele estava aprendendo a perceber que nem tudo se resumia em um brinquedo de borracha em formato de polvo amarelado.
Com mais uma batida ela percebeu que a imagem havia voltado ao normal. Sentou-se no carpete e deu um sorriso satisfeita pelo seu bom trabalho. Era boa com a Tv, sabia mexer no aparelho e consertava toda vez que ele pifava.

O brinquedinho de borracha pousava ali perto de sua mão agora. Ela lembrou que deveria pegá-lo e entregar ao irmão que já abriria o berreiro a qualquer momento. Francesco estava ereto na cadeirinha, um ponto enegrecido em sua testa. Um filete de sangue saía pela sua boquinha aberta e os bracinhos gordinhos relaxados ao lado do corpo. O olhar azul-bebê estava vidrado nela naquele momento.
- Sra. Hott...? - a velha mulher foi até ela.
- Sim, meu bem?
- Por que o Cesco tem esse ponto na cabeça? Será que mosquito mordeu ele? - ela disse apontando para a cabeça do irmão. A velha senhora puxou o bebê rapidamente da cadeirinha e começou a gritar por socorro.
A menininha de 5 anos não entendeu bem o motivo da gritaria e quis chorar. Não gostava de gritaria. Antes de mamãe ir embora havia muita gritaria em casa e sempre havia pessoas gritando por todo o lugar. Ela ia começar a chorar pela gritaria da babá, mas algo dentro de seu coração disse que ela deveria fazer a pobre senhora desesperada se abaixar ao chão.
- Sra. Hott!!! - ela gritou e puxou as vestes floridas da velha. O corpo do irmão de menos de 1 ano caiu desfalecido no chão com um baque surdo. Os mesmos olhos azuis-bebê a encaravam e sangue espirrou em seu tênis.

Naquele mesmo instante tiros ecoaram por todas as janelas e atingiram o assoalho, os móveis, as paredes e a Tv. A menininha fechou os olhos bem forte e pediu para Deus a proteger, a acolher, e se fosse demais castigar o malvado que estaria fazendo isso.
os tiros pararam, o silêncio reinou no recinto. Sra. Hott jazia em uma poça de sangue abaixo de seu corpo. Seu irmãozinho estava da mesma forma, ao chão com o pescocinho virado para a TV como se estivesse assistindo Alvin e os Esquilos como sempre fazia. Apesar de um tiro ter feito o vidro do monitor trincar, a musiquinha com o refrão: "Oo-ee, oo-ah-ah, ting-tang, walla-walla, bing-bang" ainda ecoava nas caixas de som.
- Sra. Hott...? - ela perguntou receosa de não ouvir uma resposta. Ao tentar ir ao seu irmãozinho, o telefone tocou inesperadamente. Ela não sabia o que fazer: Chorar, gritar, espernear, pedir ajuda, arrumar a Tv quebrada, tentar acordar a Sra. Hott, aceitar que todos ali estavam mortos, que não voltariam mais, que seu irmãozinho não faria mais o barulho engraçado com o polvo de borracha, correr.
Correr.

===xxx===

the_fin://[vc ñ deveria ficar aí dando banderia.]
unkn0wn_s0ldier://[tô só olhando a paisagem.]
the_fin://[irina vc sabe q...]
unkn0wn_s0ldier://[yadayadayada, sr vai me deixar paranóica desse jeito.]
the_fin://[deixo pq ñ é td dia q tenho a sorte de ver um alvo grudado na kbça da minha filha/]
unkn0wn_s0ldier://[eles deveriam inovar. alvo na kbça é mancada.oq eles jogam hein?cs é?]
the_fin://[ñ brink c/ isso irina]
unkn0wn_s0ldier://[é unknown soldier kk? acho q ñ gosta de ser chamado de antonino ¬¬]
the_fin://[blé,odeio esse nome]
unkn0wn_s0ldier://[ñ reclame do meu nick enton]
the_fin://[k.u.soldier.]
unkn0wn_s0ldier://[bem melhor o/]
the_fin://[qm vc tá peskisando?]
unkn0wn_s0ldier://[eleanor_rigby. nopes ñ é dos beatles.]
the_fin://[e oq ela tem de tão importante?]
unkn0wn_s0ldier://[é minah músika favorita dos beatles!!]
the_fin://[irina]
unkn0wn_s0ldier://[antonino?]
the_fin://[me respeite, sou seu pai!!]
unkn0wn_s0ldier://[FYA as info aki continuarem limpas,vc nunca existiu so am I]
the_fin://[bom mesmo]
unkn0wn_s0ldier://[posso apagar esse log aki?]
the_fin://[não]
unkn0wn_s0ldier://[pq ñ?]
the_fin://[p/ saberem com qm tão mexendo]
unkn0wn_s0ldier://[p/ saberem e continuarem a colocar alvos na minha kbça?!]
the_fin://[vc sabe pq!]
unkn0wn_s0ldier://[td bem, me sinto bem c/ alvo na kbça.]
the_fin://[irina...]
unkn0wn_s0ldier://[nheeeeeeeeeeeeew! resposta errada!! bad bad server!]
the_fin://[deletando log por segurança]
unkn0wn_s0ldier://[e trata de me chamar pelo nick certo!]
the_fin://[se cuida fedelha]

===xxx===

Ela desligou o telefone e sua calculadora de bolso, fechou a cabine telefônica situada em uma estação de metrô abandonada. Sentou-se pesadamente no banco de concreto e ficou contemplando o nada do túnel.
- Tenho que ler Trainspotting de novo... - ela comentou novamente e com uma canetinha vermelha marcou um alvo na parede atrás dela. levantou-se calmamente e se afastou do ponto marcado, esperou alguns segundos e logo o estampido de um tiro furava o azulejo e sujo da parede para se alojar do outro lado do túnel. Ela olhou para o buraco alguns minutos e verificou o estrago na parede. - É... tá ficando cada vez mais tedioso... - e sentou-se novamente no lugar em que estava. O telefone tocou novamente e ela deixou ele tocar.

11 novembro 2009

[videos] Amerika por Rammstein



Flame-war, Rammstein haz them.
Ou o Youtube com o vídeo Amerika do Rammstein tem muuuuuuito flame-war.
Se todos os comentários fossem levados a sério, teríamos uma encadernação bem grossa de testemunhos anti e pró Nazista. Lindo!
A briga toda foi por culpa de um filadaputinha que disse que todos os Alemães eram Nazistas. Lindo!

Aí veio gente de toda parte defender seu ponto de vista, inclusive a história real (ou não) do Holocausto (Muitos afirmam que a maioria da documentação foi feita pelos Aliados e por judeus na época, então a imparcialidade era praticamente impraticável.) Lindo!

Aí vem um Joselito da vida e comenta que Nazis mataram judeus, mas americanos mataram japoneses e a coisa ficou mais complicada que antes. Lindo!

Conclusão: Não importa o quanto sua fonte histórica ou seus ideiais forem, sempre vai ter alguém pra duvidar de sua realidade estática.
Viva as flame-war e batalha de dados!!
O que importa quem está certo ou errado?
O importante é a formação de opinião e informação.

Opinião pessoal: O vídeo é uma sutil alfinetada sobre o estilo de vida americano que acabou se proliferando para países que ninguém jamais pensou que poderiam ser afetados por qualquer outra cultura.

22 outubro 2009

Realidades alternativas

E vendo House e vendo Dollhouse e vendo meu cachorro comer ração e piscar pra mim. Isso tudo com óculos.
Aí veio a incrível pergunta de todo Adepto da Virtualidade: "O que é real afinal?"
O tio Neo falou que não havia colher nenhuma e começo a desconfiar que se trata EXATAMENTE disso. Não há colher alguma.

04 maio 2009

crise de consciência.

Como qualquer quiança engatinhando, eu ando aprendendo coisas aos poucos para não colocar meus miolos em circuitos. Será que existe algum termo brando para anti-revolucionários sem ser tradicionalista?
O povo briga demais por causa disso.
Quem é do time A e do time B.
Esse tipo de maniqueísmo que me incomoda.
Realmente não deveria ter lido isso, me deu idéias não muito boas para extravasar na Humanidade.