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26 abril 2017

Interlúdio - horas de dormência

Nas horas da dormência Entre uma injeção de cafeína e outra Direto na veia Navegando entre as veias subindo Contra a maré subindo Para onde é o centro de todo mal Martelando no fundo Um eco eco eco eco em larga escala Martelando algo do passado Que não tão passado assim Acontecendo agora em plenos Em frente ao Bem diante de Acontecendo agora mesmo Martelando mais alto que os Sons da cidade Das máquinas barulhentas Dá música alta entupindo ouvidos Boca Ouvidos Nariz e garganta Entorpecendo aos poucos a sensação Sem ação O eco vai diminuindo a cada passo Nem parece que estava em crise alguns minutos atrás Nem parece que estava para perder qualquer resquício de humanidade Racionalidade Civilidade Moralidade Onde foi que perdeu as Forças Correias Correntes Na jaula continua a sombra Ou a sombra escapou e deixou o Corpo escapar por um momento breve pra sentir o gosto Que nunca vai poder ter Perder as estribeiras Afrouxar as correias Quebrar as correntes Perder um pouco de si No próximo Próximo da fila, por favor! No próximo escapar da jaula Quem vai ficar vigiando as grades? Quem vai ficar de olho na fechadura? Quem vai olhar olho no olho e dizer com todo desgosto É hoje que é o próximo? O próximo gosto? O próximo gasto? O próximo olho Por pouco É só um pouco pra perder mais outra Outra jaula Outra corrente Outra correia Outra estribeira Outro eco Outro prego impiedoso achatado por Outro martelo Outro passado pra escapar Outra injeção de cafeína por favor? Subindo contra a maré Devagar com a dormência

(até a crise cessar e sobrar euforia)

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