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02 março 2016

preparação tática sem danos (colaterais graves)

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"that you're alone and you're lost in a forest and no one's giving you the fucking map and where the hell are you? accept that you can't go back because you would be doing something karmically (impossible?) and you just have to go forward..."




É mazomeno assim que funciona:

São alguns minutinhos de puro pânico e tudo volta sem pedir muito. O mesmo feeling da respiração cessar, os pulmões murcharem o mais lentamente possível, levando o coração (que já não funciona mais) para bem atrás da caixa torácica, sair repuxando tudo em volta, engasgando a traquéia com secreções que imaginasse ser de choro eminente. 

O orgulho noldorin não deixa nenhuma lágrima cair até ter um lugar seguro para despejar toda a angústia, a raiva, o tremor, a inutilidade, o vazio.

É esse vazio que faz tudo ali na barriga se contrair violentamente, em especial o baço - ou será que é o rim?  - dar uma guinada tão forte que dá para sentir o gosto do desespero na ponta da língua. Puro e total desespero de estar certa, de todas as ideias estranhas que passam rápidas pela cabeça em um piscar de olhos estarem corretas, que realmente aquilo que imaginou pode estar acontecendo de verdade. 

Momentos de decisões fisiológicas, conflitos entre o que fazer ou não, de chorar ou não, de surtar ou não, de pegar o maldito telefone e ligar para falar seja lá o que deve ser dito. Essas decisões parecem ser chutadas em um limbo cósmico quando então acontece algo particularmente peculiar. Toda a frustração sai voando da ponta dos pés, atravessa o estômago, passa rasgando por debaixo da pele, dentro e então fora até não dar mais para lutar contra, não dá pra ser contra um fluxo tão potente como esse. A dor começa, lacinante, pulsando abaixo do diafragma, acima do umbigo. Se não implodir algo ali dentro, com certeza vai escapar alguma coisa antes de conseguir chegar em casa (à salvo, local seguro, etc).

O sono chega de sopetão, olhos ardendo, pálpebras baixando sem permissão, o corpo vai desligando aos poucos de um modo em que não dá para avisar ao sistema de vigilância que não é hora ainda. Ali, naquele momento de segundos, entre tudo isso acontecendo, o único pensamento sóbrio de toda a confusão: "Arrãm, PTSD novamente".

Como se não bastasse a hipocondria latente (E um complexo enorme de não ter feito Medicina e saber como as coisas funcionam dentro do próprio corpo), a escriba que vos narra sucumbe ao sono, ao cansaço e à apatia. Triunfante em sua carruagem enferrujada, cheia de areia mágica do Sonhar e puxada por um bode balinante (???), ela segue a procissão, a boa e velha depressão.

Então é por isso chegadx que me afastei. Também pelo mesmo motivo que vejo "preocupação" como "cobranças aleatórias" e definitivamente, esse deve ser o principal motivo de querer sumir da face da Terra e voltar pra conchinha restauradora, protetora de qualquer artilharia pesada vinda do mundo real. Foi assim que aprendi a sobreviver, não vai ser agora que vou conseguir fazer do jeito menos danoso. É bem bacana saber com quem contar nas horas mais dark possíveis, é ótimo saber também quem está disposto a ajudar da forma mais sutil que eu aguente.
Because the tranco que é gud nóis não have.

Amanhã, psicólogo de novo. Pelo menos esse PTSD tenho que dar um jeito.

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