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19 fevereiro 2016

sonus interruptus

Sonus interruptus é aquele trem que acontece quando você está no meio de um sonho, se depara que é um sonho e decide interromper o sono para poder escrever isso em algum lugar. Botei em latim porque parece mais estiloso. Ou elitizado. Qualquer coisa em latim acaba se tornando coisa de gente elitizada. Ou profecia de últimos dias. Anyway, fica em latim mesmo e se tiver errado a declinação, culpe o 2 semestres falhos da PUC por isso.

Noite e Sono por Evelyn de Morgan (1878), créditos: Fantastipedia

Quem é estagiárie vitalície de Morfeu tem um bônus nos esquemas de tecitura do Sonhar, apesar de tempos atrás levar cada sonho que tinha muito à sério, hoje em dia acabo não relevando parte para IRL, por motivos...
(A gente morre um pouco cada dia após ter cada sonho despedaçado. Nutrir esperanças por mais outros não é lá adequado para o momento.)

Mas então, onde estava? Oh tecitura! Essa sim é uma coisa que não largo nem a pau. tecer Sonhos enquanto dormimos é uma tarefa árdua e se adquire com o tempo, logo o desprender da realidade do sonho pode se confundir com a sensação real de nossa Realidade.

Sonho lúcido é uma experiência velha para mim e creio que esses dias intensos de labor e muitas ideias wanderlísticas na cabeça anda me dando um bordado tão grande para costurar que até Penélope ficaria com queixinho tremendo.
(Tá tia, cê demorou 10 anos pra bordar aquela manta pro caboclo Odisseu voltar, não quer dizer que és a única... Oh oh! Arwen Undomiél!!)

O legal de se ter o hábito de acordar no meio da madrugada para escrever rapidamente o que se sonhou é a imensa investigação no dia seguinte para decifrar letras garranchadas, significados de palavras e o que raios posso lembrar do dito sonho. Pura aventura psicolinguistica!! 
(semântica venimim que sou facim) 

A tecitura comigo funciona meio truncada, com um leve esquecimento na hora do acordar, para depois durante o tempo de vigília haver um rememoramento quase completo de eventos. Escrever palavras soltas com garranchos nada a ver faz parte. Às vezes dá para fazer um parágrafo com mais detalhes, talvez um ou dois diálogos, penso duas vezes antes de transcrever aquilo que não DEVO lembrar (E há muitos desses momentos, na verdade), então formar a tecitura é como lembrar de uma história mal contada. Ou escrever um conto de ficção.

No, no, no, no, IRL não é ficção. E nem a ficção é IRL.
O que ajuda é o escrever em alguma coisa e ir matutando depois. Isso quando tenho tempo. Isso quando tenho saco pra entrar no modo de costureira do estágio. Essa semana foi intensa com experiências de sonho lúcido, terminando com um hoje que achei que era mais para me cutucar no subconsciente cínico que o cinismo andou me colocando.

De certa forma preciso fazer esse exercício mental após tantos sonhos e pesadelos na mesma semana, se não dá pra aguentar o tranco. Vou achar que ainda estou com a perna estropiada, com trocentos miligramas de entorpecentes no organismo e sendo obrigada a fazer teste de realidade a cada meia hora.
(Não é nada legal viver assim. Nope, nope.)

Ranting básico para a sexta pelando aqui em Belfalas.
Voltando a programação normal em 3... 2... 1...

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