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30 abril 2015

a tia futura

O papo era o seguinte no ponto de ônibus:
(Não deu para evitar de não escutar, mesmo com fones de ouvido, ponto cheio, trânsito intenso, etc)

Duas garotas (novinhas, menos de 18 provavelmente), falando abertamente sobre relacionamentos e o quanto alguns estragaram a percepção de finess sobre o Amor para elas. Pena.

O papo continua (eu tremendo de frio), algo sobre o que se busca para o futuro em questões de coração e cobertor de orelha, para então, no súbito calor da discussão chega-se a uma premissa que já ouvi muitas e muitas vezes em papos anteriores com rapazes sem nenhum miolo perceptível em funcionamento:

Apenas cale a boca, sim?
" - Vou casar é com uma tia, viver às custas dela, lavar, passar, cozinhar, levar pra cama, tudo sem eu ter que mover um dedo."

Okay.

Primeiro de primeiro de tudo, a pessoa (a novinha nº1, vamos apelidar assim?) claramente expressou que precisa de uma segunda mãe pelo jeito, não alguém para viver um relacionamento. Freud explica (ou complica).



A novinha nº 2 concordava com ênfase, pois parece que seu coração estava com buraquinhos (E não podia mais curar...)No just nooooooo!! Vocês já conseguiram chegar bastante longe em serem duas mulheres independentes, poderem falar sobre qualquer coisa sobre a sexualidade de vocês sem ter vergonha e receio e me vêm com essa?!

Segundo: W IN TF repetindo o mesmo discurso dos marmanjos mandriões apoiados na fala desrespeitosa do não-compartilhamento de tarefas, responsabilidades e etc, etc, etc?! Why fecking why?! Por que gastar o teu tempo ao lado de uma pessoa apenas para isso?! WITIDE!!



É como ser jogada para uma dimensão paralela em que a medievalice e a burrice se expressa de maneira menos saudável e mais palpável. A conversa ficou na minha cabeça durante a viagem, porque além de ser absurda (Eita), tocou em um ponto pertinente na educação besta que recebi: eu não quero ser essa tia.

Autonomia é algo que prezo muito, e a possibilidade de ter alguém assim - literalmente sugando a pessoa com quem está, seja ela de qual gênero ou preferência sexual que for - me dá ânsia de faniquito de ignorância em terceiro grau. A vibe no ponto do ônibus deve ter miado, porque não tinha como continuar escutando o papo sem querer botar meu almoço pra fora. Duas novinhas sem miolinhos provando mais outra vez que precisamos miorar e muito pra não deixar essas coisas serem perpetuadas.

Gente, século XXI em Florianópolis, a capital mais acolhedora para o grupo LGBT. NÃO ESTRAGA A POWHA REPETINDO DISCURSO MACHISTA!!

Como alguém muito sábio já dizia: mente vazia, oficina de Titi.
(Não o Tiririca, mas o outro rapaix)

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