Pesquisar este blog

19 fevereiro 2015

butthurt da quinta-feira

Tenho esse recorrente feeling que estou perdendo alguma coisa no grande esquema das coisas universais, na maior parte do tempo é tempo. Escrevo nesse blog pra poder ler depois e reavaliar muitas coisas que acontecem na minha vida, o butthurt da quinta-feira costuma se alojar quando são questões familiares - e sinceramente eu as evito de qualquer maneira.

TL;DR: debaixo do link tem um bocado de mimimi que precisa ser vaporizado e deixado na posteridade pra eventual consulta.

Como sendo o dia de Thor, não poderia melhorar o humor com os delays básicos da vida aqui. Esse estacionamento de feelings vai me deixando agoniada, pois não há movimento algum para reconstrução. Às vezes acho que o mundo tá rotacionando normalmente, apenas eu tou no modo câmera lenta, assistindo tudo muito devagar.

É péssimo.

Essa semana tive o ultimato butthurt quando tia e irmã mostraram que tinham contato com o progenitor que me colocou nesse universo paralelo. O que me aborrece é que nenhuma das duas quis me dar muitas informações sobre ele, e pedir o telefone pra pelo menos enviar alguma mensagem pro velho coroca foi um custo pro meu ego orgulhoso.

Não converso com o velhaco faz uns 15 anos. E a última conversa foi resumida em gritos. Apesar de não ter muita afeição com o cara, respeito por ter feito essa família que tenho (Agradeço também, a insistência que me levou até aqui, viva e obviamente perdida). O negócio é que o cara é um puta chato - de acordo com as fontes - e continua o mesmo sem rumo de sempre. Isso me entristece, porque ele não tá mais jovem, tá todo torto por conta de problemas nas costas e pela foto que apareceu no WhatsApp (Aquele momento em que descubro que meu pai usa WhatsApp, oh carinha modernoso) parecia cansado. Muito cansado.

A fonte do butthurt começa com os resguardos da família, nós sabemos que ele não é confiável (E quem seria a esse ponto da vida loka?), mas ele continua sendo o cara que contribuiu geneticamente no meu nascimento. Depois que minha avó paterna - a pessoa que mais admiro na família e tenho um imenso louvor por ela - fez as safenas e quase teve piripaco pós-cirurgia, o senso de urgência aumentou no meu estoque de ansiedade social. A powha toda fica séria quando você começa a perceber que o tempo tá passando e que eles - aqueles que realmente importam - não estarão mais conosco.

Tem dias em que a única coisa que consigo pensar é em ver minha avózinha. Porque, de certa forma, antes dela resolver dar um pulinho na próxima edição de vida, necessito urgentemente de encontrá-la e dizer o quanto ela importa pra mim. Eu sei como a finitude magoa muitas pessoas e é isso que enxergo na cara do cabra citado acima. Eu sei que preciso vê-lo algum dia antes dele bater as botas. O mesmo senso de urgência vai me deixando ansiosa, logo tenho duplo problema nas mãos, posso me manter na mesma vibe de calmaria perpétua ou simplesmente deixar o pânico entrar de vez e manter minha completa integridade psíquica antes de fazer qualquer besta.

Tipo ligar pra ele.
O que se fala numa hora dessas?
"Oi tudo bem pai? Então, moro aqui na Ilha, por que raios você não quis meu contato?"
Muito acusativo.

O medo de ser rejeitada (ou negada como fui anteriormente nesse mesmo capitulo de "Como sair do armário, edição Pais") é o que mais cresce quando deixo o feeling do butthurt se estabelecer. Se ele ainda estiver frequentando o brainwash das igrejas pentecostais, provavelmente vou ouvir um "Queima no Inferno" ou algo pior como "Você tem que se batizar".

Foda isso de imaginar demais e agir de menos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário