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13 janeiro 2014

[contos] Trust - NSFW - Rating +18

Já avisando, post NSFW, Rating +18,
classificação indicativa +18.
Título: Trust (por @_brmorgan)
Cenário: Original/Cotidiano.
Classificação: 18 anos. (Cenas insinuantes entre mulheres, f/f/f, femdom, leve BDSM, já avisei!).
Tamanho: One-shot (Curtinha)
Status: Completa.
Resumo: Confiança é algo que se conquista com o tempo, mas pode ser destruída em poucos segundos.
N/A: Tive um sonho, resolvi ficcionalizar. Não, não vou falar quem eram as protagonistas (Tá, falo se houver tequila no meio). Don't blame me, blame my pervyness...

Okay, um conto pequeno para testar algumas teorias e tocar algumas superfícies intocadas há alguns tempos. Fazia muuuuuito tempo que não escrevia smut-fic assim do nada, aconteceu que no Ano Novo tive um sonho - ahem - muito confuso e resolvi dar uma recalibrada nas cenas. Juntou isso e o povo do The Rabbit RPG soltar o verbo no grupo e pronto, deu até para fazer um plot legal. E sim, sou fui bem boazinha no enredo para poder exercitar melhor a escrita. 

Então avisando pela ÚLTIMA VEZ, conteúdo abaixo do link NÃO É apropriado para menores de 18 conforme as tabelinhas de classificação indicativa de filmes/seriados/livros e tudo mais oh internet fode tudo, literalmente! então se não gosta dos temas acima, esqueça, vá ler outra coisa, pule de postagem. Não me culpe de corromper vossa mente ou que fui uma má influência. BTW faço isso (o escrever smut-fic, pow!) desde os 13 e ninguém nunca reclamou até agora, então...

Oh pode apostar que há coisas que você não deveria
ler no trabalho ou em locais públicos.
Trilha sonora pra esse conto? Nada mais perfeito que Kidneythieves e S+M (A love song). Se quiser emendar com essa aqui, melhor ainda.



Tudo isso é sobre ter confiança, certo? Deixar rolar, se ligar no momento, aproveitar o que é bom... Por que então me sinto como se estivesse deslocada? Fiz todos os movimentos, todas as peças bem encaixadas, todos os argumentos possíveis, até prometi o que não iria cumprir e vejam só: cá estou eu, tremendo meus joelhos por antecipação e não conseguir me mover do lugar.

Sei que ela está fora do estado de normalidade (depois de meia garrafa de tequila creio que ela aceitaria pular de uma ponte se eu sugestionasse tal coisa... Pensando bem, ela até perguntaria se era para ser de cabeça ou de costas...), sei que ela não responde bem aos estímulos externos vindo de mim quando está inebriada. Exagerei demais nas promessas de Ano Novo, eu sei. Diversão garantida em pouco tempo era o que eu queria ter e agora parece que minha teia me prendeu contra minhas expectativas.

Ela parece apreciar a enrascada que a meti, a garota desconhecida gemendo debaixo dela também não parece se preocupar com as conseqüências do instante e do dia seguinte. Supostamente era para eu estar entre elas, recebendo toda a euforia de um convite a três, mas estou grudada no lugar sem poder fazer nada a não ser observar – e isso supostamente deveria me agradar também. Me arrasto como posso, tirando os sapatos lentamente, tentando focar minhas forças para o que poderia ser muito bem aproveitado.

É tudo sobre confiança, certo? Então por que estou sentindo que não quero mais brincar quando a vejo assim? Tão... confortável nos braços de outra?

Meus devaneios fogem quando percebo que as duas estão me olhando, a garota desconhecida com desejo e luxúria, já a minha garota está tensa e devidamente bem preparada – e isso sei muito bem por passar horas, às vezes dias a privando de contato físico para chegar a esse ponto de estar praticamente pulando em cima de mim irracionalmente, totalmente levada pelo impulso sexual – não sei qual seria o meu olhar na hora, mas a ação que ocorre na cama a minha frente é interrompida pela desconhecida.
- Hey... Não fica tímida... – ela fala com aquela voz que me chamou atenção no primeiro momento em que entramos na festa de Ano Novo, baixa, grave, sensual, magnética, o detalhe crucial que a minha acompanhante mais venera em sua existência: alguém mais manipuladora que eu para ela testar os limites – tanto da paciência, quanto da sociabilidade espontânea. – Não vou morder tão forte... – o riso que minha garota deixa escapar me alivia de uma resposta ferina. Nem sei porque eu queria retrucar de forma agressiva, não estou com ciúmes. 

Deveria estar? eu que armei essa distração de final de ano, eu fui a responsável por tecer as teias em volta das duas até que não houvesse outra alternativa a não ser falar sim ou sim.

Não estou com ciúmes.

O meu silêncio chama atenção da minha tão desatenta pessoa e ela se ajoelha na cama, completamente nua, afogueada pela intensidade da situação, mente anuviada pelas doses consecutivas de tequila, murmúrios tentadores em seus ouvidos pela noite toda (Não só meus, sei que a desconhecida andou sussurrando convites para ela enquanto eu não olhava), todo o clima de tensão sexual e dominante entre as duas que disputavam a atenção da presa fácil que era a minha garota.
- Você está bem? – a pergunta foi feita com um olhar clínico por todo meu corpo, não que eu estivesse acostumada com esse tipo de olhar, mas me sentia extremamente incomodada por ela fazer isso na frente de uma pessoa que não conhecíamos, em uma situação delicada e intima. Isso me irrita e me paralisa mais no lugar.
- Estou. – respondo travando minha mandíbula para sinalizar quem manda ali. Eu planejei passar a virada do ano na cama, cultivando gemidos e carícias de duas pessoas que eu admirava de maneiras diferentes, nem deveria estar me importando com sentimentos e egos, apenas a minha satisfação pessoal seria o suficiente para esquecer aquele ano péssimo, então por quê...? – Estou observando, é só. – a desconhecida se inclina entre suas pernas e encaixa seu corpo belo no dela, com um abraço carinhoso tira o fôlego da minha garota em alguns segundos e a envolve com aquilo que eu mais prezo em manter em volta dela. Confiança.
- Deixe-a assistindo um pouco, sim? – ela disfarça a ordem com um tom de pedido carinhoso, beijando seu pescoço, mordiscando seu lábio inferior, alisando sem pudor algum entre as coxas dela. O olhar que a minha garota me dá é de preocupação, ela entendeu que há algo ali que não se encaixa.

Apenas gostaria que ela não visse que sou eu.

Sua atenção é desviada com uma intrusão lenta e de ritmo arrastado entre suas pernas, o gemido que ela solta me atinge como achei que não iria, mesmo afundada nesses devaneios de dúvida e ciúmes. Sim, estou com ciúmes, essa garota desconhecida está literalmente comandando o corpo dela com poucos toques e muitas artimanhas.
- Olhe para mim, sim? – ela sussurra com o mesmo tom dissimulado, é claro que o link fraco irá obedecer a esse tipo de ordem velada, me espiando por cima do ombro e pedir com a mão que eu me junte a elas. Por que ela tem que ser tão influenciável? – Vamos, me fale o que você quer... – pergunta a mulher desconhecida, uma péssima ideia devo dizer: a minha garota jamais diz o que quer, apenas eu sei o que ela quer, quando quer e como quer. – Não fique tímida também... Pode me dizer... – a insistência me irrita profundamente, o atrevimento em pisar em território que não é dela, tentando tirar o que é meu de direito.

Não, não estou com ciúmes, estou sóbria no meu senso de possessividade. Ela é minha, não dela, então por que...?

- Mistress, vem pra cama... Por favor... – ela implora. Sim, a desconhecida consegue fazê-la implorar mais rápido que pensei... O ritmo dos dedos ágeis entre suas pernas aumenta por isso, talvez seja uma punição por pedir por mim e não ela? Isso me arranca um sorrisinho malicioso e decido “obedecer” quem deveria estar lambendo o chão que piso. O olhar semicerrado pelo prazer proporcionado pela desconhecida para minha direção me faz esquecer o que eu estava questionando antes (Querendo ou não, não posso ficar parada aqui duvidando de nosso laço de confiança quando ela me olha desse jeito), meu vestido desliza ao chão e logo me vejo a empurrando contra a mulher insolente e a deixando de quatro enquanto a outra cai de costas no colchão macio, rindo de minha investida. Não me importo se vai achar ruim ou não, a minha garota irá ter o que quer e só eu posso dar. Ninguém mais.
- Eu sabia... – a desconhecida ri da situação, mas não retira os dedos de onde eu quero possuir. Isso está ficando um tanto ofensivo... Arrasto minhas unhas nos quadris de minha propriedade e retiro aquela mão intrusa do lugar e substituo pela minha. Meus dedos entram fácil, deslizando suavemente por um caminho que já conheço por tantas vezes me perder ali, os gemidos são outros, e não é por saberem que são meus, mas por saberem que apenas eu posso fazê-la se sentir assim: desejada, amada, usada. O movimento dos quadris me hipnotiza entre os arfares que ela mantém para não se entregar facilmente – Não me falou ainda o que você quer... – o sussurro que ouço entre as duas me faz perder a cabeça pela intromissão, com a mão esquerda agarro os cabelos de minha propriedade e a puxo com força para trás interrompendo o papinho que poderia se seguir. Os longos cabelos ruivos tão ondulados entre meus dedos me causam um tremor sôfrego nos joelhos que me sustentam na cama, por pouco não perco minha postura pelo gemido de dor e prazer que ela solta, chamando meu nome e empurrando mais seu corpo de encontro aos meus dedos bem dentro dela.
- Ela não vai falar nada, não é gatinha? – eu reafirmo minha posição de dominante puxando mais ainda seus cabelos e virando seu rosto para me encarar. Ela está quase lá, sua expressão beirando a dor me diz isso, eu sei muito bem como ela funciona, sei exatamente quais fios mexer para que ela se sujeite só para mim, o próximo gemido me deixa exasperada, ela se segura ansiosamente nos lençóis atrás dos ombros da desconhecida e então percebo que não sou a única a causar tantos gemidos desconexos dela. A desconhecida decidiu se intrometer novamente, desta vez estimulando seu clitóris com movimentos circulares e vagarosos, os quadris desestabilizando a minha penetração. Com autoridade, a coloco no lugar, empurrando sua cabeça em direção ao ombro da desconhecida para que não veja o que está acontecendo, apenas sinta.

O olhar da mulher sedutora que atraí para aquela cama vai para mim como um desafio silencioso, já para *ela* é um abraço diferente, carinhoso, acolhedor, suas mãos cobrindo os lados do rosto afogueado de minha garota, assim dando espaço para que ela possa respirar (com dificuldade) e não se machucar pela força que emprego em sua nuca para que se mantenha do jeito que quero. A desconhecida a beija no rosto, se aproximando demais de seu ouvido e percebendo que haveria mais outra insubordinação vindo, rosno:
- Atreva a falar com ela mais uma vez e eu paro.
- Não, não, não, por favor, não!! – o grito rouco de minha garota me faz sorrir ainda mais, ela sabe que esse seria o pior castigo que eu poderia dar. Enterrando sua face no ombro da desconhecida, troco olhares ferozes com a companheira de cama. Essa é a hora de mostrar quem manda. Os gemidos aumentam, ela deve estar fazendo novamente aquilo com a mão, meu cenho franze demandando uma explicação pelo atrevimento anterior e o de agora, recebo um olhar em resposta de intensa reprimenda.

Quem é essa mulherzinha para me ensinar o que faço ou não com minha escrava particular?!
Quem ela pensa que é?

Meus dedos acariciam um lugar específico e a sustentação que ela mantinha nas pernas é perdida imediatamente, o gemido abafado que ela dá para o colchão me faz puxar seus cabelos para trás devagar para que ela sinta que eu quero, eu preciso, eu devo ouvir quando ela está gozando por minha causa.

Não ouço meu nome dessa vez, mas ouço a respiração dela entrecortada me dizer que ela está esgotada e no limite.
- Mistress... – ela alcança uma das mãos para me tocar – Mistress... Confiança¹, por favor... – eu a solto imediatamente e retiro meus dedos lambuzados de seu interior, ela cai desfalecida na cama, ao lado da desconhecida, emaranhadas como se fossem elas as amantes. Me ajoelho na cama, apreciando meu trabalho, minha dominação, minha garantia que não estava de fora dessa cilada que aprontei para mim mesma. Vejo que a desconhecida está confortando minha garota com beijos no rosto e testa, carícias no couro cabeludo dolorido pelos meus puxões, traçando linhas imaginárias com os dedos em suas costas. Não dou esses privilégios de ficar de conchinha, de cuidado ou zelo após sexo, ela sabe bem disso. Mas o modo como minha garota se encolhe na desconhecida me desconcerta.
- Eu sabia... – a desconhecida diz novamente com aquele sorriso maldito que me faz querer beijá-la até a sufocar. – Por isso me escolheu? – cubro meus dedos úmidos com meus lábios e saboreio o que vem sendo meu único prêmio durante os meses em que estamos juntas. O gosto dela sempre me excitou de uma maneira que não consigo explicar direito, se posso me permitir ser sentimental: aquele gosto jamais sairia do meu paladar se eu pudesse mantê-lo.
- Foi ela quem te escolheu... – eu explico, ajeitando minha postura e ajeitando bem meus cabelos atrás de minha nuca em um coque bem preso.
- Então ela tem direito de escolha...? – um puxão breve no lençol perto da desconhecida a cala. Um beijo demorado em seus lábios encerra o assunto que não deve ser compartilhado. A desconhecida está visivelmente empolgada com a situação em que se encontra, mesmo que não faça ideia de como tudo isso é complicado. Ela deixa a minha garota deitada, cuidando para separar sua perna da dela, se sentando na cama e ficando de frente para mim, não consigo disfarçar a vontade de avançar naquela mulher igualmente intimidadora. – Posso...? – ela pede para mim com um sorriso genuíno de interesse e subordinação, suas mãos são mais rápidas e passeiam pelo meu corpo, testando os meus limites e minha paciência. Um de seus dedos provocam meus seios e seu rosto se aproxima perigosamente dele. Arranho a coxa de minha garota com rudeza, ela acorda do torpor que se encontrava pelo orgasmo, e me olha com os mesmos olhos semicerrados de puro prazer alcançado.
- Posso? – eu repito a pergunta de forma firme e indicando a bela mulher manipuladora inclinada a me dar prazer, ela sorri fracamente e antes de descansar a cabeça no colchão, ela murmura.
- Sim, Mistress. Você pode...

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¹ - de acordo com o Manual Super Didático Tácito do BDSM, todo dominador(a) e submisso(a) precisam combinar palavras-chave para se entenderem durante um... ahn... intercurso *cof cof* A palavra pode ser qualquer coisa que signifique que o submisso precisa parar por diversos motivos (Cansaço, dor extrema, perda de sangue severo, não saber brincar e desceu pro play, por aí vai). O ideal é escolher uma palavra que os 2 saibam bem o que significa e que possa ser dita mesmo se o submisso estiver dificuldade de fazê-lo (Ya know, pessoas às vezes ficam algemadas e com mordaças...)