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17 abril 2013

Patrono Bowie: para sempre seja louvado

[Texto integral originalmente publicado no site Nerdivinas.com no dia 11 de abril de 2013]

O camaleão da música, o revolucionário do Glam Rock, o alien marciano, o garoto de Berlim, o David Bowie!

O maravilhoso artista de diversas faces e fases está de volta com seu novo álbum The Next Day, mostrando que não perdeu o encanto e a magia dos anos anteriores. Lançado no começo de fevereiro, The Next Day, traz um conjunto de baladas compostas na medida certa que Bowie pode fazer. Os flertes com a música eletrônica continuam, mas não tão intensos quanto seus últimos álbuns de estúdio Heathen (2002) e Reality (2003). Dez anos depois, o puro rock mesclado com o jazz e umas pitadas de modernismo fazem parte de The Next Day, sendo que sua campanha de lançamento foi altamente compartilhada nas Redes Sociais para a escolha da capa (e sub-capas) do CD.

O primeiro single, Where are we now? é uma balada melancólica com um vídeo dirigido por Tony Oursler seguindo um padrão que os fãs do Bowie já estão acostumados, a esquisitice cinematográfica.

 
Já o single lançado há algumas semanas atrás, Stars (Are out tonight), foi dirigido por Floria Sigismondi em formato de filme estrelando a atriz Tilda Swinton (a impecável Feiticeira Branca de Crônicas de Nárnia e Gabriel de Constantine) sobre um casal de meia idade atormentado por fantasmas do passado.



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O estilo inovador do Sr. Bowie revolucionou os anos 60, 70, 80 e 90, com aquele arzinho esquisito de trilha sonora para viagens interestelares em suas melodias, e o mais interessante: se você seguir a carreira de Bowie com a História Mundial irá perceber nas "coincidências" que aparecem como o pouso da primeira espaço nave na Lua em 1969, a corrida espacial entre EUA e a extinta URSS e os avanços tecnológicos e científicos que vieram da Guerra Fria. A figura de Ziggy Stardust nos anos 70 foi uma das invenções bowieanas mais bem manjadas do mundo da música (e mais usadas, vide Lady Gaga imitando o estilo Ziggy, com maquiagem abundante em forma de raio no rosto nos shows), encarnando um marciano ruivo, andrógino e com roupas saídas de um típico filme de ficção-científica, David Bowie popularizou o  "space rock" que muitas bandas como Pink FloydLed Zeppelin e Muse tocam até hoje.
Com o fim da Guerra Fria e a Queda do Muro de Berlim, Bowie entrou na fase de experimentação com a cena musical industrial eletrônica da Alemanha e colaborações com o maluco Iggy Pop e Lou Reed marcaram seu sucesso nas rádios (a inesquecível Lust for Life foi perpetuada como trilha sonora do filme Trainspotting). Nesta mesma época, Heroes surgiu, uma das músicas mais emblemáticas de sua carreira.

Mas o que David Bowie tem a ver com o Universo Nerd?! Oras, oras, bolas, tem e muito! Ao sair do modo depressivo da trilha sonora do filme polêmico Christiane F., David Bowie estrelou o filme O Labirinto (quem via Cinema em Casa do SBT nos anos 80 e 90 VAI saber que filme estou falando!), sendo Jareth, o Rei dos Goblins. O filme foi feito em colaboração entre Jim Henson (criador dos Muppets) e George Lucas (Sempre ele! Sempre!) e contava a história de uma adolescente que ao acidentalmente "amaldiçoar" o irmãozinho mais novo com trechos de uma antiga canção "O Labirinto", para que ele fosse embora e a deixasse em paz. A aventura/fantasia é semelhante aos desafios de Alice no País das Maravilhas, mas com um cuidado em ser mais obscuro e enigmático no enredo, a trilha sonora e efeitos sonoros foram feitos por David Bowie. A parceria com o Queen para a música Under Pressure trouxe em seu vídeo trechos de filmes clássicos sci-fi dos anos 20 e 30 como O médico e o Monstro e Nosferatu.

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O final dos anos 80 foi tenso para Bowie na escolha de egos, mudando drasticamente de estilo nos álbuns, o glam rock com pegadas de blues foi densamente suprimido com sintetizadores, batidas eletrônicas e riffs de guitarras que estouravam tímpanos, a Era Eletrônica veio com parcerias com Brian Eno (produtor do U2), Nine Inch Nails (banda de um homem só, Trent Reznor, que todo nerd deveria ouvir pelo menos uma vez na vida. Ah! Ele fez a trilha sonora do filme A Rede Social) e Placebo.

David Bowie foi pioneiro em distribuir e vender seu material na internet sem receio algum, incentivando novos artistas a apostarem na Grande Rede para divulgarem suas músicas e compartilharem o máximo possível da nobre arte. Depois de 50 anos de carreira, David Bowie se empenha em reinventar o cenário musical, e levando alguns bons nerds com ele. E se você ainda está procurando motivos para gostar de David Bowie, aí vai um bom: Duncan Jones, seu filho primogênito, vai dirigir a adaptação de Warcraft para o cinema. É torcer para dar certo!

E você que está nos lendo agora? Fã de Bowie? Gosta moderadamente? Não conhece? Deixe seu comentário e vamos papear sobre esse incrível artista britânico!

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